Ainda mal refeito da "intensidade" das últimas 24 horas, o cardeal Patriarca de Lisboa garantiu, esta quinta-feira, em Roma, que o novo Papa "é um homem com uma grande sensibilidade encantadora".
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O Papa Francisco "é um homem com formação intelectual muito sólida, que fez toda a sua formação teológica na Alemanha", esclareceu D. José Policarpo, um dos 115 eleitores que esteve reunido em Conclave.
Disse ainda que o cardeal Jorge Bergoglio "é conhecida no seu País como um homem com uma sensibilidade muito grande aos pobres", uma qualidade que "lhe dá capacidade pessoal e que ele agora tem de conciliar com uma estrutura pesadíssima".
"Nem ele sabe onde se meteu", afiançou sorrindo o Patriarca de Lisboa, revelando que quando o cardeal argentino se vestiu de branco "surgiu a estrutura".
"Cercaram-no de tal maneira que eu disse: pronto já está. Mas ele foi capaz de romper, logo ali... não fez o que eles mandaram mas o que ele achava que devia fazer", contou.
Para D. José Policarpo a batalha que o novo Papa vai enfrentar "é difícil", mas acredita que ele "terá muitos apoiantes. Na Igreja hoje, há uma grande sensibilidade na busca desta simplicidade, desta autenticidade da igreja no mundo contemporâneo. Porque hoje a Igreja corre o risco de ficar acantonada na sua estrutura histórica, ou ser realmente uma voz decisiva para o sentido da humanidade atual como nós a conhecemos", afirmou aos jornalistas portugueses.
Na conferência de imprensa realizada no Pontifício Colégio Português, em Roma, D. José Policarpo recusou revelar dados sobre o Conclave - "quando faço um juramento eu cumpro" -, mas lá foi dizendo que esteve sempre sentado ao lado do cardeal Bergoglio até ao momento em que ele foi eleito e começaram a bater palmas.
"Conheço-o há muito tempo e o acaso da da nossa vida eclesial fez com que nos encontra-se-mos muitas vezes", disse, revelando que entre os dois foi criado " um à vontade e uma intimidade grande na maneira de considerar".
A eleição do seu "amigo" para Papa foi uma surpesa que teve "o dedo dedo de Deus. Penso que a grande promessa deste Pontificado é uma simplificação da vida da Igreja e das suas estruturas, a maneira de estar no mundo, a partir dos valores evangélicos", concluiu.