Família do homem que morreu, na noite de domingo, no serviço de urgência do Hospital S. Sebastião, Feira, depois de esperar mais de cinco horas para ser atendido, acusa o Hospital de negligência e vai avançar para os tribunais.
Corpo do artigo
A família da vítima, Roberto Pereira, de 57 anos, natural de Escapães, Santa Maria da Feira, garante que o homem faleceu por falta atempada de assistência médica e não se conforma com o acontecimento.
"O meu irmão morreu, porque não foi socorrido a tempo", afirmou, ao JN, Irene Pereira, irmã da vítima mortal e que o acompanhou à entrada nas urgências.
Diz que o irmão deu entrada cerca das 16 horas de domingo e que foi sujeito a uma primeira avaliação. A triagem atribuiu-lhe pulseira amarela.
Contudo, com o agravar da situação do irmão, foi alvo de uma segunda avaliação. "Fui eu que fui pedir a reavaliação, porque o meu irmão estava muito mal, mas disseram-me que a vermelha era só para quem tivesse a cabeça partida e continuou com a amarela", garantiu.
De acordo com o mesmo testemunho o irmão acabaria por cair inanimado depois de ter vomitado cerca das 21.30 horas. "Só nessa altura o vieram buscar e levaram lá para dentro", recordou.
Passados alguns minutos, os familiares foram chamados e informados da morte de Roberto Pereira.
"Seis médicos apareceram agora e durante seis horas não havia nenhum para ver o meu irmão", questionou Ângelo Pereira, um outro irmão da vítima. "Os médicos encolhiam os ombros e repetiam que não puderam fazer nada", acrescentou.
Ângelo Pereira disse que ia apresentar queixa no livro de reclamações, quando uma médica anunciou a morte do familiar. "A médica disse que até agradecia, dizendo que são poucos os médicos para tanta gente", contou, em declarações à SIC Notícias.
Em comunicado, o Centro Hospitalar afirma que o utente foi admitido no Serviço de Urgência do Hospital, tendo-lhe sido atribuída a prioridade de amarela de acordo com o protocolo de triagem de Manchester.
"Perante o agravamento do seu estado de saúde foi feita nova triagem, tendo então sido atribuída a cor laranja", explica o hospital. "Nesta situação o utente foi imediatamente observado por um médico especialista de Medicina Interna", acrescenta o comunicado.