O presidente norte-americano, Barack Obama, considerou, numa mensagem lida em Lisboa, que a luta contra a "ligação letal" entre tráfico de droga e terrorismo requer uma abordagem multilateral da realidade dos crimes transnacionais.
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"Individualmente e em conjunto devemos esforçar-nos para estimular acções multilaterais que reduzam o poder corruptor dos crimes transnacionais, cortem os seus meios, desmantelem as suas estruturas ilícitas de poder, reduzam a ameaça que representam para cidadãos e governos, e em última análise, derrotem as redes transnacionais ilícitas que representam a maior ameaça à segurança internacional", defendeu Barack Obama.
A mensagem do presidente norte-americano foi dirigida aos participantes do Simpósio Transatlântico para o Desmantelamento de Redes Ilícitas Organizadas, que decorre até quinta-feira em Lisboa.
O simpósio internacional é uma iniciativa conjunta dos EUA-UE, co-patrocinada pelo Departamento de Estado norte-americano e pela União Europeia, e que visa fomentar um diálogo inter-regional entre responsáveis pela segurança e a justiça das várias regiões e reforçar a cooperação internacional no combate ao crime e redes ilícitas nos dois lados do Atlântico.
Na mensagem, lida pelo secretário de Estado adjunto para os Narcóticos do Departamento de Estado norte-americano, William R. Brownfield, Barack Obama recordou que nas últimas duas décadas o crime transnacional se transformou "em tamanho, alcance e impacto", tornando-se "uma significativa ameaça à segurança nacional e internacional".
"As redes ilícitas transnacionais acumularam riqueza sem precedentes e alargaram o seu alcance através de poderosas alianças, incluindo com serviços de segurança de alguns estados. Através de subornos, corrupção e tráfico, o crime transnacional subverteu instituições de governo, destabilizou regiões, penetrou nos sistemas financeiros e custou inúmeras vidas", refere o texto.
O presidente norte-americano sustentou que, cada vez mais, os terroristas viram-se para as redes criminais em busca de financiamentos e alertou para os efeitos "explosivos e destabilizadores" destas ameaças transnacionais nos governos e sociedades, especialmente em "estados frágeis com economias e instituições em transição".
