A ONU divulgou, esta segunda-feira, um relatório que demonstra que a Sida está a estabilizar no mundo, com a diminuição das novas infecções e do número de mortes e o aumento do número de pessoas a viver com o vírus.
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"Mesmo numa crise financeira muito difícil, os países estão a apresentar resultados na resposta à Sida. Temos visto um aumento maciço no acesso ao tratamento do VIH", afirmou Michel Sidibé, director-executivo da ONUsida, numa conferência de imprensa em Berlim.
Quase metade (47% ou 6,6 milhões) das 14,2 milhões de pessoas elegíveis para tratamento tem acesso à terapia anti-retroviral, segundo estimativas da ONUsida e da Organização Mundial de Saúde, mais 1,35 milhões que em 2009.
"Ainda há poucos anos parecia fantasioso anunciar o fim da epidemia de Sida a curto prazo, mas a ciência, o apoio político e a resposta comunitária começam a produzir resultados tangíveis e concretos", considerou Michel Sidibé, acrescentando que este esforço tem de continuar.
Em 2010, registaram-se 2,7 novas infecções pelo vírus de imunodeficiência humana (VIH), o número mais baixo desde 1997 e uma redução de 21% em relação ao pico atingido nesse ano.
No final de 2010, cerca de 34 milhões de pessoas viviam com o vírus, o número mais elevado de sempre que, segundo os especialistas, se deve ao aumento da sobrevivência. No mesmo ano, 1,8 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas com a Sida, contra 1,9 milhões em 2009.
A região do mundo mais afectada continua a ser o sul de África, onde se registam cerca de dois terços (68% ou 22,9 milhões) dos casos de pessoas infectadas com o VIH.
Esta região apresenta contudo uma diminuição de novos contágios equivalente à do resto do mundo: menos 26% que em 1997.
Outras zonas do mundo apresentam resultados diferentes. No leste da Europa, com 1,5 milhões de seropositivos, e na América do norte e Europa ocidental, onde os números "se mantêm teimosamente invariáveis", segundo o relatório: 2,2 milhões, mais de metade nos Estados Unidos.