Os países africanos, que tinham anunciado a suspensão da sua participação nos grupos de trabalho em Copenhaga, juntaram-se aos debates em plenário no início da tarde, confirmaram delegados da Europa e África.
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A sessão plenária da conferência da ONU sobre alterações climáticas recomeçou pouco depois das 14:00h (em Lisboa), após a ministra do Clima e Energia dinamarquesa e presidente da conferência, Connie Hedegaard, ter garantido aos delegados africanos que uma parte dos trabalhos seria dedicada exclusivamente ao Protocolo de Quioto.
Connie Hedegaard deu garantias "de que existiriam duas decisões (no acordo final), uma sobre o Protocolo de Quioto e outra sobre a Convenção Quadro da ONU sobre Alterações Climáticas", explicou o delegado do Gabão, Etienne Massard Makaga, à agência noticiosa francesa AFP.
Os 53 países africanos, liderados pela Argélia, suspenderam de manhã a participação nos grupos de trabalho das negociações sobre o clima, até à realização de uma reunião ministerial exclusivamente dedicada ao seguimento a dar ao Protocolo de Quioto depois de 2012, altura em que expira a primeira fase deste convénio.
Apoiados pelas nações do G77 (coligação de 130 países em desenvolvimento, entre os quais a China e o Brasil), os países africanos defendem que a conferência de Copenhaga negligencia a importância da renovação dos compromissos dos países industrializados para o período após 2012, definidos no Protocolo de Quioto.
"Este é o único instrumento que assegura que um e outros se comprometem a aceitar uma base mínima", salientou Etienne Massard Makaga.
Japão e Austrália recusam-se a discutir um segundo período de compromisso de Quioto, enquanto as negociações estão ainda a ser dificultadas pelas posições dos Estados Unidos e principais países emergentes.