O Papa chegou, este domingo, a Belém, a segunda etapa da sua visita à Terra Santa. Quando se dirigia para o local de celebração de uma missa campal, Francisco fez uma paragem não programada junto ao muro que separa a Cisjordânia de Israel.
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O helicóptero militar jordano que transportou o pontífice de Amã aterrou às 09.30 horas locais (06.30 horas em Portugal continental) perto do campo de refugiados palestinianos de Dheisheh. Francisco seguiu depois para a sede da presidência para se reunir com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas.
Abbas pediu ao Papa que ajude numa solução para o conflito com Israel e denunciou aquilo que considera as intenções israelitas de expulsar palestinianos, cristãos e muçulmanos de Jerusalém, tendo ainda condenado a construção de colonatos por Israel na Cisjordânia. Para o líder palestiniano, isso é um dos principais obstáculos para a paz na região.
O Papa Francisco apelou ao "fim de uma situação cada vez mais inaceitável" no conflito israelo-palestino, defendendo que possam coexistir em segurança e paz um Estado de Israel e um Estado palestiniano.
O chefe da Igreja defendeu a necessidade de "redobrar esforços e iniciativas" para criar as condições para "uma paz estável, baseada na justiça".
Francisco faz paragem imprevista
Uma vez terminado o encontro, o Papa seguiu para a praça da Manjedoura, para a maior missa da viagem, a qual contará com mais de 9 mil pessoas oriundas de todos os cantos da Palestina.
Durante o percurso, o Papa saiu do seu carro para uma paragem de poucos minutos a pé junto ao muro, num gesto improvisado.
O Papa vai também rezar em privado na gruta da Natividade e fazer uma refeição com famílias pobres, com a agenda a incluir ainda uma etapa no campo de refugiados palestinianos de Dheisheh.
À tarde inicia a visita a Jerusalém, onde se vai encontrar com os patriarcas católicos e ortodoxos na basílica do Santo Sepulcro, onde está, de acordo com a tradição, o túmulo de Cristo, para uma oração comum, sem precedentes.
No último dia, desloca-se à Esplanada das Mesquitas, Cúpula do Rochedo (Grande Mesquita de Jerusalém) e ao Grande Conselho dos Muçulmanos, ao Muro das Lamentações, onde deixará uma mensagem e no cemitério do monte Herzl (do nome do fundador do sionismo Theodor Herzl) uma coroa de flores - uma estreia para um papa.
Uma missa no Cenáculo, local da Última Ceia de Cristo, vai concluir a viagem, num local onde se encontra também o túmulo do rei David.
A ausência de uma solução política entre palestinianos e israelitas, a guerra na Síria e milhões de refugiados nos países vizinhos, as tensões e violências no Iraque e Egito compõem o pano de fundo em que decorre a visita.