Papa Francisco afirma que Deus não pode ser usado como justificação para a violência
O papa Francisco elogiou este domingo, em Tirana, a convivência pacífica entre as religiões que coexistem na Albânia, afirmando ainda que "ninguém pode usar Deus como escudo" quando realiza atos de terrorismo.
Corpo do artigo
Jorge Bergoglio fez estas declarações no palácio presidencial, onde foi recebido pelo chefe de Estado albanês, Bujar Nishani, depois de sua chegada a Tirana para uma breve visita de onze horas.
"Que ninguém pense que pode utilizar Deus como escudo quando projeta e realiza atos de violência e abusos. Que ninguém tome a religião como pretexto para as próprias ações, contrárias à dignidade do homem e aos seus direitos fundamentais, principalmente a vida e a liberdade religiosa de todos", afirmou Francisco.
Segundo o papa, o que acontece na Albânia demonstra que a convivência pacífica e frutífera entre pessoas e comunidades que pertencem a religiões distintas não só é desejável, mas também possível e realizável de modo concreto.
Este é um "bem precioso" que, segundo o papa, "adquire uma relevância especial neste tempo em que, por parte dos grupos extremistas, desvirtua-se o autêntico sentido religioso".
Francisco prestou homenagem aos católicos que foram assassinados durante o período comunista na Albânia, um país a que, "depois do inverno de isolamento e perseguições, chegou por fim a primavera da liberdade", com eleições livres e novas estruturas institucionais.
No entanto, segundo o papa, agora aparecem novos desafios que necessitam de respostas e, "num mundo que tende à globalização económica e cultural, é necessário esforçar-se para que o crescimento e o desenvolvimento estejam a disposição de todos e não só de uma parte da população".
"O desenvolvimento não será autêntico se não for também sustentável e `ecuo", quer dizer, se não tiver em conta os direitos dos pobres e não respeitar o ambiente", disse.
Seguindo a linha das suas intervenções anteriores, nos países que já visitou, o papa reforçou a necessidade de responder à globalização dos mercados com uma "globalização da solidariedade".