O Papa Francisco pediu, este domingo, aos "numerosos cristãos" perseguidos no mundo a coragem para "responder ao mal com o bem", durante a canonização do primeiro santo do seu pontificado, um italiano decapitado por ter recusado converter-se ao Islão.
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"Enquanto nós veneramos os mártires de Otranto, peçamos a Deus para suportar os muitos cristãos que ainda sofrem violências e que lhes dê a coragem da fidelidade de responder ao mal com o bem", pediu o Papa perante dezenas de milhares de devotos de todo o mundo.
Francisco exortou ainda os missionários cristãos a irem evangelizar "nos lugares mais remotos", mas sempre "respeitando a cultura" local, sem "se oporem a ela", à semelhança de Laura de Santa Caterina de Siena Montoya e Upeguila, a missionária colombiana canonizada.
O Papa argentino canonizou, este domingo, na praça São Pedro, no Vaticano, os três primeiros santos do pontificado - um italiano de Otranto e 800 companheiros martirizados, uma colombiana e uma mexicana -, figuras sociais e missionárias, dando continuidade à escolha dos antecessores.
O primeiro santo do pontificado de Francisco é um humilde sapateiro do século XV, Antonio Primaldo, que no ano 1480, juntamente com 800 companheiros, foi decapitado pelas tropas turcas em Otranto (no sul de Itália), por ter recusado converter-se ao Islão.
Com ele, foram canonizadas a primeira santa colombiana, Laura de Santa Caterina de Siena Montoya e Upeguila, e a segunda mexicana, Maria Guadalupe Garcia Zavala.
As duas fundaram ordens religiosas, foram beatificadas em 2004 e morreram no século passado.
Nascida em 1874 e morta em 1949, a colombiana "Madre Laura" foi "advogada" dos povos indígenas e fundou em 1914 a congregação das Missionárias de Maria Imaculada e Santa Catarina de Sienna, conhecidas como "missionárias lauritas", presente, com mais de mil elementos, em 21 países da América Latina, África e Europa.
Ao canonizar Madre Laura, o papa jesuíta salientou que foi "um instrumento de evangelização, primeiro como professora, depois como mãe espiritual dos nativos".
Ela "levou-lhes esperança, acolhendo-os com o amor que aprende de Deus e trouxe-os até Ele com uma eficácia pedagógica que respeitava as respetivas culturas e sem se opor a ela", acrescentou.
A religiosa mexicana, ou "Madre Lupita", nasceu em 1878 e morreu em 1963, atravessando os anos da revolução anticlerical mexicana.
Com o padre Cipriano Iniguez, fundou a congregação das Servas de Santa Margarida-Maria e dos Pobres, dedicada aos doentes nos hospitais.