A Inspeção Geral de Finanças elogia a rapidez com que a Parque Escolar modernizou 181 escolas em três anos mas critica o facto de não ter informado a tutela que o custo por escola aumentou.
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Estas são as conclusões do relatório de uma auditoria à empresa pública a que a Agência Lusa teve acesso, em que a Inspeção Geral de Finanças (IGF) afirma que sem "medidas muito concretas" de redução de despesas, o custo total do programa - inicialmente estimado em 2,4 mil milhões de euros mas que aumentou para 4,4 mil milhões - pode ultrapassar os cinco mil milhões.
Faltam obras em 151 escolas das 332 previstas inicialmente e o programa já saiu "84%" mais caro do que a estimativa inicial, refere a IGF, que estima que se for expandido para 375 escolas, isso "implicará o aumento do custo total do programa para mais de 5000 milhões de euros".
Um dos aspetos negativos da gestão é o facto de a administração da empresa não ter alertado a tutela para o "crescimento exponencial do custo por escola", atribuído ao "grande aumento" do número de alunos previsto pelas Direções Regionais de Educação.
De um custo por escola inicialmente apontado para oito milhões de euros, o investimento real acabou por chegar aos 13,9 milhões, um aumento de 66%, indica a auditoria.
Outra crítica fundamental à gestão da Parque Escolar é não se terem estabelecido "tetos máximos de investimento e de áreas por escola" e de só em abril do ano passado se ter pensado em "contenção de custos e racionalização/otimização de investimento".
Pela positiva, a IGF concluiu que a empresa procurou "adotar boas práticas de gestão", conseguindo executar "um elevadíssimo volume de investimento num curto espaço de tempo", com 95 obras acabadas e 86 a decorrer até 31 de junho do ano passado, um investimento de 2,4 mil milhões de euros.
A IGF destaca ainda a "boa qualidade arquitetónica" das obras feitas pela Parque Escolar, a "qualidade dos acabamentos" e o facto de a empresa ter "garantido o controlo das derrapagens de custo das empreitadas".