O primeiro-ministro considerou, esta quinta-feira, que Portugal começa a ter "uma espécie comunidade financiadora" da investigação científica que é "muito importante", porque "muita dela não consegue ser financiada estritamente com recursos públicos".
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Pedro Passos Coelho ressalvou, contudo, que o Governo tem procurado "não desinvestir desta área" nos atuais "tempos de dificuldades".
O chefe do executivo PSD/CDS-PP falava na cerimónia de entrega dos Prémios Santa Casa Neurociências, no Parque das Nações, em Lisboa, atribuídos este ano pela primeira vez, a dois projetos de investigação, recebendo cada um deles 200 mil euros.
Segundo Pedro Passos Coelho, a investigação científica em Portugal é de "elevadíssimo nível".
"Procuramos, evidentemente, que existam condições ainda melhores que acudam ao financiamento dessa investigação. Muita dela não consegue ser financiada estritamente com recursos públicos, embora nós tenhamos vindo a procurar nos tempos de dificuldades não desinvestir desta área, procurando evidentemente, utilizar da melhor maneira possível os recursos europeus que podemos canalizar para esta área", afirmou.
Perante o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes, o primeiro-ministro acrescentou: "Mas, de entre as entidades que promovem a investigação com natureza privada começa a existir já em Portugal uma espécie de comunidade financiadora muito importante também".
"Ainda há pouco o senhor ministro da Saúde me confidenciava isso mesmo: começamos a ter um conjunto de entidades que promovem prémios ou bolsas de investigação de dimensão internacional que, de certa maneira, constituem um incentivo muito importante para que esta comunidade de investigação se possa desenvolver ainda mais nos próximos anos", referiu.
Passos Coelho destacou a Fundação Champalimaud, presidida pela social-democrata Leonor Beleza: "Temos aqui a senhora doutora Leonor Beleza que dirige uma fundação que tem justamente prémios de referência internacional nesta matéria. Existem pelo menos algumas empresas, como é o caso da Bial também, que lança de há algum tempo a esta parte prémios muito importantes nesta área também. E agora a Santa Casa da Misericórdia, que, com estes prémios eleva sem dúvida nenhuma o nível da sua responsabilidade social a um novo patamar".
No seu discurso, o chefe do executivo felicitou o antigo primeiro-ministro e presidente do PSD Pedro Santana Lopes pelo trabalho à frente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, considerando que tem elevado esta instituição "a um patamar de responsabilidade social e científico como ela nunca teve até hoje".
À entrada e à saída desta cerimónia, Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes escusaram-se a prestar declarações à comunicação social sobre outros temas.