O secretário-geral do PCP declarou, este sábado, que será "gravíssimo" que venha a confirmar-se a hipótese admitida pelo ministro da Saúde de proceder à requisição civil da classe médica para quarta e quinta-feira, dias para os quais está agendada a greve.
"Isso seria gravíssimo", afirma Jerónimo de Sousa. "O direito à greve é um direito constitucional consagrado que não dá margem para dúvidas".
Em entrevista ao Expresso, o ministro da Saúde, Paulo Macedo afirmou que a hipótese de uma requisição civil está sempre em cima da mesa, desde que se trate de uma "situação extrema" que ponha a saúde dos portugueses "em risco".
Defendendo que, "na sua greve, os médicos respeitarão os serviços mínimos das situações de emergência e urgência", o líder dos comunistas afirma que "o que o ministro da Saúde devia dizer é porque é quer liquidar as carreiras médicas, levando a um golpe profundo no Serviço Nacional de Saúde".
Para Jerónimo de Sousa, "esta greve dos médicos não é por interesses meramente profissionais", mas está também relacionada "com a defesa do Serviço Nacional de Saúde e dos interesses dos utentes".
"Imagine-se um Serviço Nacional de Saúde sem médicos especialistas, de médicos generalistas pagos a um preço à hora quase ao nível desses que agora têm vindo a lume em relação aos enfermeiros", observa o secretário-geral do PCP. "Isso tem um significado profundo - é a destruição do Serviço Nacional de Saúde".
