Depois de seis meses a trabalhar em Angola, longe da namorada, Ivo Pinheiro tinha à espera, em Lisboa, um espetáculo de dança e uma plateia à espera do "sim".
Corpo do artigo
"Que coragem, menina!", comentava, de mãos no rosto, uma mulher que se encontrava no aeroporto de Lisboa no momento em que Ivo Pinheiro disse "sim" ao pedido de casamento da namorada, Olga Mota.
A jovem, de 29 anos, estava a preparar o pedido de casamento no aeroporto de Lisboa desde setembro e, na sexta-feira, assim que Ivo aterrou - vindo de uma estada de seis meses de trabalho em Angola - tinha à sua espera uma surpresa que, dificilmente, imaginaria. Uma performance romântica protagonizada por duas bailarinas ao som de "Truly madly deeply", dos Savage Garden, "Marry me", de Bruno Mars, e "The time of my life", do clássico do cinema "Dirty Dancing" - canções que fazem parte das memórias e histórias da vida deste casal. No final, uma declaração de amor da cara-metade e o pedido de casamento.
De telemóveis ao alto, a numerosa plateia emocionou-se e aplaudiu assim que ouviu o tão aguardado "sim".
Não esperar por eles
Antes, o nervoso miudinho invadia Olga, subchefe de operações de uma cadeia de restaurantes, que se lançou num gesto romântico que nunca tinha imaginado protagonizar. "Nunca me passou pela cabeça fazer uma coisa destas. Mas por que é que temos que estar sempre à espera dos homens?", questiona. Olga não esperou.
Natural do Porto, mudou-se para Lisboa há sete meses para arranjar trabalho e estar perto de Ivo e, apesar da "má experiência" com o matrimónio, acredita que desta vez é que será "a valer". A filha, de cinco anos, parece estar de acordo.
A história do casal, feita de encontros, separações e reencontros, caminha agora para um "final feliz".
Ainda sem palavras e atordoado pelas nove horas de viagem, Ivo, de 25 anos, garante que já tinham falado em casamento várias vezes, mas não estava à espera desta surpresa.
Contudo, conhecendo a namorada, equacionou o facto de ela se antecipar. Mas só desconfiou quando se sentiu observado. "Quando comecei a ver muita gente a olhar para mim percebi que se estava a passar qualquer coisa", confessa o técnico de sistemas informáticos.
A cerimónia ainda não tem data marcada, mas a noiva garante que só não se pode realizar no mês de agosto. O motivo: "quem casa em agosto não casa com gosto", remata.