Um plano de contingência para prevenir a chegada dos mosquitos da dengue e evitar que se instalem no continente vai estar pronto e testado até ao final do ano.
Corpo do artigo
Francisco George, diretor-geral da Saúde, explicou que este plano está em preparação no âmbito dos trabalhos conduzidos para acompanhar a evolução do surto da dengue na Madeira.
"Foi proposta a criação de uma plataforma de especialistas em entomologia e em saúde pública, que junta peritos da Direção-Geral da Saúde, do Instituto Ricardo Jorge, e das Administrações Regionais de Saúde, mas também da Academia", explicou.
Na base desta decisão está a necessidade de se afinarem os sinais de sentinela que "permitam identificar a eventual introdução de mosquitos invasores", nomeadamente o 'Aedes aegypti' e o 'Aedes albopictus' (responsáveis pela transmissão da dengue e da febre amarela).
Segundo Francisco George, este sistema tem que ser "eficaz e sem falhas", capaz de identificar o início da introdução dos mosquitos antes de eles se instalarem no continente, precisamente para evitar a sua instalação.
Contudo, a "eventual chegada" dos mosquitos é apenas uma possibilidade e não uma inevitabilidade, sublinhou o diretor-geral de saúde, acrescentando que "não é possível antecipar o fenómeno da introdução dos mosquitos".
Francisco George lembra que todos os casos de dengue detetados no continente foram importados da Madeira ou do Brasil.
"Neste momento, a Rede de Vigilância de Vetores (Revive) que está a funcionar não identificou qualquer espécie de mosquito desta natureza", acrescentou.