A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico recomenda a Portugal que mantenha e alargue os apoios à infância para famílias de baixo rendimento, num relatório intitulado "Reformar o Estado para Promover o Crescimento".
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Esta recomendação é feita no âmbito das políticas de apoio à família, no sentido de ajudar a encontrar um equilíbrio entre o trabalho e os compromissos familiares, evitando o risco de pobreza.
"As políticas de apoio à família não só reduzem o risco de empobrecimento, como desempenham um papel fundamental na promoção da igualdade e das taxas de fertilidade, o que também é um desafio para Portugal", lê-se no relatório.
Nos últimos anos, os gastos com apoios às famílias têm estado um ponto percentual abaixo da média da OCDE, de 2,3%.
A organização nota que a despesa tem sido reduzida e os critérios de elegibilidade apertados.
No setor da saúde, a OCDE recomenda uma melhoria do desempenho dos hospitais, continuando a desenvolver metas clínicas e reforçando a monitorização para avaliar a evolução da prática médica.
É igualmente recomendada a introdução de mecanismos de reembolso associados aos resultados dos cuidados prestados.
Preconiza-se também uma aposta na prevenção e promoção dos cuidados de saúde, melhorando a rede de profissionais de intervenção primária e incorporando incentivos para estes serviços nos sistemas de pagamento.
No relatório recomenda-se ainda uma adequada "combinação de competências" dos profissionais de saúde para responder às necessidades atuais e futuras da população, especialmente pessoas com doenças crónicas e necessidades de cuidados a longo prazo.
Assim, sugere-se a formação de mais enfermeiros e pessoal de cuidados, bem como a partilha de tarefas entre os diferentes profissionais.
A OCDE refere que Portugal melhorou substancialmente a saúde da população nas últimas décadas.
A esperança de vida à nascença em 2010 era de 79,8 anos, ligeiramente acima da média da OCDE (79,7 anos), conhecendo um aumento rápido de 8,4 anos desde 1980, graças à redução da mortalidade pré-natal, infantil e adulta.
Durante o mesmo período, a despesa total com saúde cresceu de 5,1% do Produto Interno Bruto para 10,7%, ultrapassando a média da OCDE, de 9,5%.
Atualmente, cerca de dois terços da despesa com cuidados de saúde é financiada pelo setor público.