Pessoas como D. Nuno Álvares Pereira, Portugal necessita de as ter e, sobretudo, de as conhecer.
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O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, considera que o País "necessita de santos" na actualidade e que ser santo "não é algo de excepcional, de anormal".
"Portugal, tendo alguns grandes santos, evidentemente que necessita de santos nos tempos que correm e mesmo para o futuro", disse à Agência Lusa, a propósito da canonização de D. Nuno Álvares Pereira, que decorre domingo, em Roma.
"Eu creio que, pessoas como D. Nuno Álvares Pereira, Portugal necessita de as ter (...) e, sobretudo, de as conhecer", acrescentou.
Para o Arcebispo Primaz de Braga, os santos são "homens e mulheres que vivem o seu cristianismo com normalidade, num ambiente normal e que, por isso mesmo, tentam ser modelo e exemplo para outros homens e mulheres".
O presidente da CEP destacou que a canonização do militar que comandou as tropas portuguesas contra as castelhanas na Batalha de Aljubarrota é um "apelo" a que "os católicos, os crentes, vejam que uma vida em fidelidade com o Evangelho, pautada pelos valores de um humanismo autenticamente cristão não é algo de excepcional, de anormal, mas é necessário para os tempos que correm".
D. Jorge Ortiga destacou as qualidades de D. Nuno Álvares Pereira, que não se limitaram a ser um "exímio militar" ou um "estratega", mas sublinhou uma vida ligada à oração "antes da carreira militar, durante e, particularmente, depois".
Além de realçar a relação "transcendente e com o divino através da oração", o presidente da CEP apontou outros atributos cristãos do beato: "Sendo um homem extremamente rico, possuidor de muitos bens, sentiu que deveria partilhar em prol dos mais pobres".
Esta faceta - "de se colocar ao serviço dos mais necessitados, dos mais carenciados" - é destacada por D. Jorge Ortiga, não hesitando em assumir que D. Nuno Álvares Pereira "é uma referência neste tempo, que necessita, precisamente, de alguém que possa dar como que uma ajuda no encontrar o sentido da História".
Considerando que a canonização é uma "oportunidade" para a população conhecer este grande português", que lutou para que Portugal conservasse a independência, D. Jorge Ortiga afirmou ainda que "importaria que [os portugueses] fossem capazes de sentir" a canonização como algo seu.