Quase todos os inquiridos num estudo sobre tabaco defendem uma lei que proíba fumar nos carros que transportem crianças e a maioria é favorável à proibição total do fumo dentro dos locais fechados.
Corpo do artigo
O estudo, a ser apresentado esta quinta-feira, tem por base um inquérito telefónico realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública a 1.002 portugueses com mais de 18 anos, de ambos os sexos, residentes em Portugal Continental.
Quando questionados sobre as políticas de controlo de tabagismo, nove em cada dez disse concordar que seja "proibido fumar nos carros, na presença de crianças".
Esta hipótese de proibição foi anunciada este ano pelo ministro da Saúde, mas suscitou alguma polémica, dentro do próprio Governo, com vozes a considerarem tratar-se de uma intromissão na vida privada.
O estudo veio agora mostrar que 90% dos inquiridos concordam com a ideia e 77% afirmam mesmo que "concordam totalmente".
Quanto à opinião dos entrevistados sobre a proibição total de fumar nos locais fechados, 86% concordam com a medida, sendo que só no universo de fumadores são 66,2% os que se manifestam a favor desta proibição.
A maioria dos inquiridos concorda também com outras medidas de controlo do tabagismo, como o aumento do preço do tabaco (66%), a aposição de imagens chocantes nas embalagens (65%) e a proibição da promoção e exposição de tabaco em montras (62%).
Quanto à motivação para deixar de fumar, as razões de saúde são as mais apontadas, embora 34% dos inquiridos reconheçam que não fazem tenções de abdicar desse vício.
Destes, 77% admitem que deixariam de fumar por motivos de saúde, razões que levariam certamente a abandonar o tabaco 84% dos fumadores que afirmam já estar a pensar em deixar de fumar.
Relativamente aos hábitos de consumo, o estudo revela um universo de 22% de fumadores e 78% de não fumadores (20,9% são ex-fumadores).
A maioria dos fumadores assume fumar nos seus espaços privados como o interior do carro (64,3%) e dentro de casa (71%), embora 32% reconheça só fumar à janela e 20% só na cozinha ou noutra divisão.
O inquérito mostrou ainda que 62% dos inquiridos já tinham anteriormente feito tentativas de deixar de fumar (duas vezes em média), embora apenas 19% o tenham feito com apoio de um profissional, normalmente o médico.