<p>Vera Jardim, provedor do cliente das agências de viagem, crê que não será preciso ir a tribunal, pois seguradoras e organizadores chegarão a acordo. Somados, os seguros bastam para cobrir prejuízos e ressarcir as pessoas, prevê.</p>
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Embora destacando que desconhece ainda os pormenores deste caso concreto, Vera Jardim disse, ao JN, que faz "votos para que possa ser tudo resolvido sem recurso a tribunais, que é sempre um processo moroso", em diálogo com as seguradoras. E disse acreditar que os organizadores da viagem "têm certamente uma solução para ressarcir as pessoas".
Mesmo sem ter certezas, o provedor crê que, todos somados, "os seguros cobrirão os prejuízos" e que as indemnizações serão devidamente pagas. O único prejuízo que será impossível remediar, destacou Vera Jardim, é a morte das nove pessoas em Marrocos. "A vida dos que morreram já ninguém devolve", desabafou, preocupado agora com as indemnizações aos familiares. Tudo terá de ser analisado "caso a caso", destacou. Dependendo, por exemplo, da existência de filhos menores das vítimas.
"Acredito que, em conjunto, os seguros vão ressarcir as pessoas", reforçou o ex-ministro da Justiça. E estes seguros, recordou, incluem aqueles que já fazem parte dos pacotes das agências de viagem, os seguros da companhia de cruzeiros e da empresa de autocarros em causa, que são obrigatórios, e mesmo os contratados pelos clientes. "Penso que tudo isso cobrirá os prejuízos", insistiu, lembrando, além disso, que "o Governo já disse que ia tomar a seu cargo o repatriamento".
O seu apelo é que "haja um esforço" de todas as partes envolvidas "para que seja assim". O provedor do cliente recordou que os seguros são obrigatórios para todas as agências, companhias de cruzeiros e empresas transportadoras.
Questionado, em concreto, sobre se haverá qualquer problema associado ao facto de a empresa de autocarro espanhola ser subcontratada, Vera Jardim considerou que não, uma vez que também é obrigada a ter seguro.
Os pacotes de viagem incluem, normalmente, seguros de acidentes pessoais, de saúde e de repatriamento. Depois, há os pacotes extra, que o cliente pode adquirir, recordou, como é o caso do seguro para ressarcir quem acaba por não realizar a viagem.
Questionado sobre se considera que os viajantes em geral deviam fazer "um seguro completo", conforme aconselha a Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas na sua página de Internet, Vera Jardim concordou. A propósito dos seguros de vida, sublinhou que "a generalidade das pessoas não o faz".
O porta-voz da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, Paulo Brehm, reforçou, por sua vez, que "existe sempre seguro de viagem", seja das agências, da companhia de cruzeiros ou de quem presta o serviço de excursão. Ou seja, "a base está assegurada". Questionado sobre o caso de Marrocos, disse ser ainda necessário apurar responsabilidades, escusando-se, por esse motivo, a comentar a situação em concreto.