David Palmer, presidente dos EUA na série "24" ,é campeão de popularidade num estudo feito pela agência Reuters. Obama aparece no fim da lista, atrás do pérfido "Underwood", de "House of Cards".
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Barack Obama não consegue atrair metade da população norte-americana. Um estudo levado a cabo pela agência noticiosa Reuters -Ipsos indica que o atual presidente dos EUA, no poder desde 2008, tem 46% de popularidade. O curioso é que os presidentes da ficção conseguem bater largamente o homem forte do outro lado do Atlântico.
Neste ranking online, feito entre 6 e 19 de março, que mistura a vida real com personagens da ficção de emblemáticas séries norte-americanas, o recorde está na mão de David Palmer (interpretado por Dennis Haysbert) na série "24", que obteve quase o dobro de Obama, com 89% de apoio à sua candidatura...caso fosse real.
"Os personagens da política têm sempre melhores resultados que os próprios políticos. Não têm de lidar com os impostos, com o desemprego, não têm de tomar medidas a sério", contextualiza Rui Oliveira e Costa, comentador, politólogo e administrador da empresa Eurosondagem. Por isso, considera o estudo "uma gracinha", do qual não se pode "tirar nenhuma conclusão do ponto de vista técnico". "Porque uma coisa é a televisão e outra a vida real e o ator de televisão", salienta Rui Oliveira e Costa.
Mas quando o chefe de Estado dos EUA perde por 11% face ao homicida e manipulador Frank Underwood (Kevin Spacey) - que obteve 57% de popularidade - da série do Netflix "House of Cards", o que pensar? "É mais fácil compor uma personagem do que ser alguém a ter de gerir a economia real, com desempregados. Aí sim, é-se muito mais impopular", vinca Rui Oliveira e Costa. O politólogo lembra, porém, um caso raro norte-americano. "Os EUA tiveram um presidente que foi ator de filmes série B nos anos 30, Ronald Reagan, e que foi reeleito com grande margem. É um caso que até pode contrariar as conclusões, mas não legitima a comparação", afirma o administrador da empresa de sondagens.
Rui Oliveira e Costa vinca, porém, que os 46% de apoio que Obama conquista neste estudo estão muito longe de ser maus. São, pelo contrário, "extraordinários".
"Ser presidente em exercício, estar num segundo mandato e ter 46% de popularidade é muito bom. Qualquer primeiro-ministro europeu ficava radiante por chegar a esse s resultados. Por cá, se tivessem 30% de popularidade, podiam abrir uma garrafa de champanhe. Não conheço nenhum estudo que ponha um responsável político europeu com esse índice", afirma o politólogo e comentador.