Quatro meninas portuguesas, entre as quais duas irmãs, foram adoptadas, em 2010, por famílias no estrangeiro e já este ano mais duas crianças encontraram um novo lar em Itália e no Canadá, segundo o Instituto de Segurança Social.
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Das crianças portuguesas que foram encaminhadas para adopção internacional em 2010, duas irmãs, de nove e 11 anos, foram viver para o Brasil, enquanto uma menina de sete anos e outra de 10 encontraram as suas novas famílias em França.
Já este ano, duas crianças que se encontravam em pré-adopção desde 2008 foram adoptadas e vivem agora Itália e no Canadá, refere o Instituto de Segurança Social (ISS), observando que "o tempo de espera dos candidatos não foi muito longo, já que a aceitação das candidaturas ocorreu em 2009".
No final de 2010, havia ainda um menino de quatro anos com graves problemas de saúde em situação de proposta, ou seja, com uma família em vista.
Adopção em debate
A adopção estará no centro do debate, segunda e terça-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, num congresso internacional que reunirá vários especialistas em torno do tema "Família e adopção - construção da identidade".
Ao contrário do que se passa com a adopção em Portugal, em que a maioria dos candidatos prefere crianças até aos três anos e sem problemas de saúde, na adopção internacional os candidatos "parecem fechar um pouco menos o seu leque de pretensões no que diz respeito à idade das crianças que se propõem adoptar".
A maioria dá preferência a crianças entre os três e os seis, mas admite idades superiores a 10 anos. Quanto ao sexo, apenas um candidato diz preferir uma menina.
Mais candidatos à adopção internacional
No âmbito da adopção internacional, o instituto revela também dados relativos a candidatos portugueses que procuraram adoptar crianças de outros países, tendo-se registado um aumento de candidaturas em 2010 face a 2009.
Em 2010, a Autoridade Central Portuguesa de adopção internacional enviou às autoridades de outros países 43 candidaturas de residentes em Portugal à adopção de crianças no estrangeiro, registando-se um aumento de 10 candidaturas relativamente a 2009, que corresponderam, nesse ano, a 10 pessoas singulares e 23 casais.
O principal país de destino das candidaturas foi Cabo Verde (24) seguindo-se o Brasil (seis), São Tomé e Príncipe (dois) e a Guiné-Bissau (um).
Das candidaturas enviadas em 2010, 35 foram para países africanos de expressão oficial portuguesa - Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e S. Tomé e Príncipe - , cinco para o Brasil, uma para Macau, Nepal e Bulgária, país que surge pela primeira vez.
O ISS refere que, "na base da maior parte dos projectos de adopção internacional, está uma proximidade histórica e linguística dos países em que os candidatos pretendem adoptar".
Apenas quatro casais manifestaram a pretensão de adoptar irmãos, tendo os restantes candidatos a intenção de acolher apenas uma criança.
Dos 43 candidatos, 27 não manifestaram preferência no que respeita ao sexo da criança, 14 preferiram uma menina e dois um menino. A maioria prefere crianças até aos três anos e apenas sete manifestaram vontade de adoptar bebés até um ano de idade, tendo os restantes admitido a possibilidade de acolher uma criança com idade limite até aos seis anos.
"Nenhuma candidatura era destinada à adopção de crianças com deficiência ou problemas graves de saúde, tendo 40 [candidatos] a vontade de adoptar crianças sem problemas de saúde e apenas três admitido a possibilidade de adoptar crianças com problemas ligeiros de saúde", refere o ISS.
Para Portugal vieram no ano passado quatro crianças de Cabo Verde, uma da Guiné-Bissau, todas em situação de pré-adopção. Há uma criança guineense já adoptada. Tratam-se de quatro meninas e dois meninos, entre os dois e os seis anos, que ficaram a viver em Faro, Lisboa, Porto e Setúbal.
Outra criança, oriunda de Macau, está em situação de proposta e, por isso, ainda não reside em Portugal.