O biólogo norte-americano Randy Schekman, um dos três vencedores do prémio Nobel da Medicina 2013, disse, esta segunda-feira, ter ficado "incrédulo e alegre" no momento do anúncio do galardão.
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"A minha reação quando ouvi foi de incredulidade e de alegria", afirmou o cientista, de 64 anos, em declarações à agência noticiosa francesa AFP, contactado por telefone a partir de Estocolmo (Suécia).
O cientista referiu que o galardão, que foi partilhado com outro norte-americano, James Rothman, e com o alemão Thomas C. Südhof, premeia cerca de quatro décadas de investigação.
O comité Nobel reconheceu hoje o trio de cientistas pelas suas descobertas sobre como as células organizam o seu sistema de transporte.
Os cientistas, que trabalham todos em universidades norte-americanas, foram distinguidos pelas "suas descobertas sobre o mecanismo de transporte para o interior da célula" que permite que "as moléculas sejam transportadas no momento exato para o local certo dentro da célula", indicou o comité Nobel.
As suas descobertas tiveram um impacto importante na compreensão de como as moléculas são colocadas dentro e fora da célula e têm implicações para o trabalho em várias doenças, incluindo distúrbios neurológicos e imunológicos, bem como diabetes, acrescentou o organismo sueco.
Schekman, que fez carreira na Universidade de Berkeley (Califórnia), foi considerado o pioneiro dos três laureados.
O comité Nobel sublinhou que o biólogo norte-americano "descobriu um conjunto de genes que são necessários para o tráfico da vesícula".
Mesmo sofrendo eventuais mudanças na sua rotina diária, o cientista está decidido em prosseguir com o seu trabalho de investigação.
"A ciência avança. Estamos entusiasmados com aquilo que estamos a fazer no nosso laboratório", referiu.
"Quando os telefones pararem, vou tomar um duche e tomar a minha segunda chávena de café", gracejou o cientista, numa referência ao assédio da comunicação social após a divulgação do prémio.
Os vencedores vão repartir o prémio de oito milhões de coroas suecas (925 mil euros).
O prémio vai ser entregue numa cerimónia a 10 de dezembro, em Estocolmo, data em que se assinala a morte do fundador do galardão, Alfred Nobel, em 1896.