O bastonário da Ordem dos Advogados lamentou que a ministra da Justiça tenha abandonado, esta sexta-feira, a cerimónia de abertura do congresso da classe, observando que "as raposas mudam de pelo, mas não mudam de géneros nem de hábitos".
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No discurso de abertura do Congresso dos Advogados Portugueses, na Figueira da Foz, a ministra da Justiça acusou Marinho Pinto de usar o "ataque pessoal" contra a tutela e de ser a "única excepção" no diálogo do ministério com os operadores judiciários.
Quero dizer aqui, nesta casa, olhos nos olhos, que a única excepção [ao diálogo] que devo registar tem sido a do senhor bastonário da Ordem dos Advogados, que não hesitou em introduzir no seu discurso o ataque pessoal como forma de endurecer o ataque ao ministério da Justiça e, na minha pessoa, a todo o Governo", disse Paula Teixeira da Cruz.
Marinho Pinto, como introdução ao seu discurso, e já com a ministra fora da sala, aludiu à sua carreira de 30 anos para dizer que aprendeu a ouvir o que não gosta, o que não merece, o que é injusto e incorrecto.
"Aprendi também a não responder a quente. Aprendi a aguardar e a deixar correr o tempo porque os actos falam mais e melhor do que as palavras. Aprendi também uma máxima muito antiga, mas que foi a profissão de advogado que me ensinou: As raposas mudam de pelo, mas não mudam de géneros nem de hábitos", observou.
Disse lamentar "profundamente que a ministra da Justiça tenha feito a intervenção que fez, nos termos em que a fez, e que se tenha ausentado quando usava da palavra o presidente do secretariado" do VII Congresso dos Advogados Portugueses, Mário Diogo.
"Os actos falam mais do que as palavras. Tenho um discurso escrito e é esse que vou ler", afirmou, retomando a leitura do texto para os congressistas.
O VII Congresso dos Advogados Portugueses, que começou, esta sexta-feira, na Figueira da Foz, encerra ao final da manhã do próximo domingo.