A lista de professores colocados, conhecida, representa uma redução de 40,5% (menos 7.571 docentes) face à de agosto do ano passado, segundo contas da Fenprof, que classificou estes números como sendo "de uma violência atroz".
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De acordo com o líder da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, que falava em conferência de imprensa no Porto, após uma primeira análise dos números, só a renovação de contratos caiu 43,5% (menos 4.471), em relação a 2011.
No caso das colocações para satisfazer necessidades transitórias (horário anuais, completos e incompletos), a redução foi de 35,7% (menos 3.105), sendo que, nas contas do sindicalista, apenas 1.582 docentes admitidos nestas circunstâncias cumprirão horário completo.
Numa comparação com os dados do final de agosto de há dois anos, o dirigente da Fenprof assinalou uma redução de 9.699 professores (menos 56,1%).
Seguem-se agora colocações via bolsas de recrutamento que, se caírem na mesma proporção, permitem antecipar, na leitura sindical, a exclusão do sistema de 15 mil a 18 mil professores.
Mário Nogueira considerou que estes números são "de uma violência atroz" e "o resultado das medidas tomadas, de propósito para pôr pessoas na rua", contribuindo para engrossar "ainda mais", a partir de segunda-feira, a taxa recorde de desemprego, hoje conhecida.
Precisamente na segunda-feira, a Fenprof vai apoiar professores não colocados que se desloquem aos centros de emprego, declarou Mário Nogueira, anunciando também que a estrutura sindical criará diversos gabinetes de apoio aos docentes nessas circunstâncias.
O sindicalista anunciou ainda que vai requerer a abertura de um processo negocial para concretização do regime de vinculação dos professores que o ministro Nuno Crato anunciou na Assembleia da República em 19 de julho passado.
"A Fenprof apresentará uma proposta concreta e exige que, independentemente dos requisitos que forem fixados, sejam abrangidos os docentes que, deliberadamente, o ministério deixou agora sem colocação", afirmou o sindicalista, anunciando ainda que marcará o Dia do Professor, 5 de outubro, com várias iniciativas em defesa dos docentes e da escola pública.
As listas de colocação, não colocação e renovação dos professores contratados, foram disponibilizadas no site da Direção Geral da Administração Escolar ao final da tarde e estiveram a ser analisadas por sindicalistas da Fenprof até depois das 21 horas, em parte devido à dificuldade de acesso às listas online.
As aulas começam na semana de 10 a 14 de setembro, mas os professores têm de apresentar-se na escola, logo no início do mês, a partir de segunda-feira.