Ribeiro Telles espera que prémio ajude na resolução de questões de ordenamento do território
O arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, distinguido esta quarta-feira, com o Prémio de Arquitetura Paisagista Sir Geoffrey Jellicoe 2013, espera que o galardão "ajude a resolver" os problemas do urbanismo e ordenamento do território no país.
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"Fiquei surpreendido, mas sinto-me muito honrado com esta seleção do júri", disse à agência Lusa Gonçalo Ribeiro Telles, de 90 anos.
"Talvez este prémio ajude um pouco na resolução de questões de ordenamento do território e de uso da terra, aquilo que é necessário, e que não tem sido seguido a maior parte das vezes", sublinhou.
Por outro lado, considera que a própria área da arquitetura paisagista, em Portugal, "não tem tido a devida atenção, apesar de ter gente capaz. Mas [os profissionais] são tolhidos por preconceitos e ideias ultrapassadas sobre urbanização, reorganização da cidade e na ideia do campo".
Entre os problemas mais graves do país, já com consequências, apontou a expansão urbana e de culturas como o eucalipto "para áreas completamente impreparadas".
"Assistimos a uma expansão urbana completamente descontrolada e que inclusivamente não serve para nada porque muitos espaços urbanos estão vazios de população", apontou.
Gonçalo Ribeiro Telles disse ainda que a "ruralidade está muito considerada como qualquer coisa antiquada, que está fora de moda, que não tem oportunidade nos dias de hoje e é o principal problema de cá e em toda a Europa".