Quadrado Rêgo, presidente da Junta de Freguesia da Venda Nova, na Amadora, nem queria acreditar quando soube que apenas poderia repartir por 22 famílias seis toneladas de produtos.
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"Enviei um ofício à Segurança Social para poder distribuir por mais famílias, mas foi negado", avança o autarca de uma freguesia onde não faltam desempregados e famílias de poucos recursos. "Podia dar ao dobro das famílias e ficavam todos bem", sublinha.
"Cristina", nome fictício, tem 46 anos, está desempregada, é casada e tem dois filhos. Está entre os 22 agregados que beneficiam do programa alimentar comunitário na Amadora.
Quando paga a renda com o salário do marido, fica com 75 euros no bolso. Assume que só não passa fome graças ao cabaz. Tudo o resto, seja carne, peixe, iogurtes, fica de fora. "Não se pode, não se pode. Não há como dar a volta", diz.
Sobre o que recebe, é parca em palavras, mas não esconde o embaraço de ter de acondicionar, por exemplo, 105 pacotes de manteiga, ou 124 quilos de arroz, ou ainda 10 quilos de açúcar, entre outros géneros.