Sócrates hoje no último dia da cimeira ainda com esperança num compromisso político
O primeiro-ministro, José Sócrates, participa hoje, sexta-feira, na sessão de encerramento da cimeira mundial do clima, em Copenhaga, em que cerca de 120 chefes de Estado e de Governo vão tentar um entendimento político sobre alterações climáticas.
Corpo do artigo
"Tenho esperança que a China e os Estados Unidos acompanhem o esforço europeu para que o mundo passa chegar a um acordo que permita responder à mais séria ameaça ambiental dos nossos dias", declarou o primeiro-ministro na noite de quinta-feira em Copenhaga, depois de ter discursado na sessão plenária da cimeira.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chega hoje, pela manhã, a Copenhaga, e é com expectativa que se aguarda uma posição de maior abertura do chefe de Estado norte-americano em relação ao cumprimento de metas ambientais mais exigentes por parte do seu país - ponto que é considerado essencial para um entendimento com a China e para permitir um compromisso político nesta cimeira.
Até agora, os Estados Unidos continuam comprometidos em reduzir, até 2020, as suas emissões de gases com efeito de estufa em 17 por cento em relação aos níveis de 2005.
Esse valor é inferior ao da União Europeia, que se compromete a reduzir as emissões em 20 por cento até 2020, em relação aos níveis de 1990 - meta que poderá ser alargada para 30 por cento se outros países industrializados fizerem "esforços comparáveis".
Em declarações aos jornalistas, José Sócrates afirmou que Portugal está preparado para aumentar a redução das suas emissões de 20 para 30 por cento até 2020, caso a União Europeia acabe por seguir esta meta.
"Portugal chegou aqui a Copenhaga com o trabalho feito no que diz respeito à utilização de energias renováveis - e isso é já visível na redução das nossas emissões", sustentou José Sócrates.
Em relação à disponibilidade de os Estados Unidos avançarem com um fundo no valor de 100 mil milhões de dólares destinado ao combate às alterações climáticas, Sócrates elogiou este "passo em frente" da administração de Washington.
"Mas resta ainda a questão das emissões, ponto em que também acredito que os Estados Unidos dêem outro passo em frente. O esforço que os Estados Unidos devem fazer na redução das emissões deve ser proporcional à sua contribuição para os gases com efeito de estufa", observou Sócrates.