O maior treino anual da Força Área Portuguesa, que começou segunda-feira e termina a 22 de fevereiro, tem um impacto positivo na economia local que ultrapassa o milhão de euros. O "Real Thaw 2013" está a decorrer em vários pontos do norte do país , envolve mais de quatro mil pessoas e é coordenado a partir da Base Aérea N.º5, em Monte Real, Leiria.
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O tenente-coronel Carlos Lourenço lembra que num exercício "semelhante" que teve lugar em Ovar no verão de 2012, "a Agência Europeia de Defesa contabilizou entre milhão e milhão e meio de euros, sendo que "neste caso concreto [o valor] será qualquer coisa semelhante".
O "Real Thaw 2013" está a decorrer em vários pontos do norte do país (Seia, Trancoso, Guarda, Celorico da Beira, Pinhel, Meda e Lamego), envolve mais de quatro mil pessoas e é coordenado a partir da Base Aérea N.º5, em Monte Real, Leiria.
"É importante e é também uma das nossas funções conseguirmos com o exercício trazer valor acrescentado para a economia local", tratando-se de "um fator favorável para toda a gente", sublinha aquele que é o responsável pelos exercícios da FAP.
"Só o contingente americano integra 200 pessoas que não estão a viver na base", realizando despesas em hotéis e restaurantes nas áreas nas quais se encontram instalados, salienta.
O militar admite que o modelo deste exercício conjunto tem em conta os constrangimentos financeiros que atinge a FAP.
"Aquilo que fazemos, em vez de treinos setoriais e eventualmente espaçados no tempo, é concentrar tudo num cenário de 15 dias, em que maximizamos os treinos das esquadras: o movimento de uns servem para o treino de outros", frisa, acrescentando que desta forma consegue-se "reduzir custos".
Afinal, concluiu, existe "alguma dificuldade em ir treinar no exterior" e, por isso, uma das apostas passa por "convidar forças internacionais" para exercícios a realizar em solo português.
Segundo uma nota da FAP, o "Real Thaw 2013" tem como principais objetivos "treinar, qualificar e aprontar as forças participantes para as exigências que estrategicamente se apresentam hoje a Portugal e às Alianças Internacionais de que o país faz parte".
Para o cumprimento destes objetivos estão planeadas missões aéreas e terrestres utilizando dois mil operacionais do Exército, um milhar oriundo da Marinha e 1200 da FAP, apoiados por 40 aeronaves.
O exercício conta com a participação militares da Holanda e Estados Unidos da América, bem como meios aéreos do Reino Unido e da NATO, tem como principais objetivos "treinar, qualificar e aprontar as forças participantes para as exigências que estrategicamente se apresentam hoje a Portugal e às Alianças Internacionais de que o país faz parte".
Para além dos helicópteros, alocados numa frente avançada em Seia, e dos F16 portugueses, o exercício conta com os A10 das esquadras norte-americanas (avião de ataque ao solo) e controladores de aéreos avançados daquele país.
Destaque ainda para a utilização do AE3, avião da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) utilizado como radar móvel para detetar comunicações e outras aeronaves inimigas a longa distância, assim como para o Falcon 20, uma aeronave de guerra eletrónica.
O ministro da Defesa, Aguiar Branco, deverá acompanhar este exercício militar numa visita prevista para 19 de fevereiro.