O presidente da Turismo do Douro afirmou, esta que a sistemática insinuação do risco de uma desclassificação por parte da UNESCO "é má" para o destino Douro e salientou as "mais valias" que o reconhecimento trouxe ao território.
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Esta terça-feira, o jornal Público cita um relatório, elaborado pela Icomos, que refere que a construção da barragem terá "um impacto irreversível e ameaça o valor excepcional universal [que é o fundamento da classificação da UNESCO]".
O presidente da Entidade Regional Turismo do Douro diz que não tem condições para se pronunciar sobre o relatório, do qual diz ter conhecimento apenas através da comunicação social, no entanto, referiu que a ser verdade esta questão merece uma "reflexão" pelas entidades responsáveis. "Não aceito fundamentalismos em nada", acrescentou.
O responsável prefere destacar o quanto "valiosa" tem sido este reconhecimento da UNESCO para a região e para o desenvolvimento turístico deste território.
"Desde a classificação a oferta melhorou no Douro e a procura também aumentou de forma sustentada", salientou.
A Icomos, uma associação de profissionais da conservação do património, realizou em Abril uma visita ao local e elaborou, a pedido do Governo português, um relatório sobre as consequências da construção da barragem.
Num relatório concluído no final de Junho e remetido ao Governo em Agosto, a Icomos aponta os impactos negativos e graves da construção do empreendimento e sublinha que o Estado português não adoptou todos os procedimentos a que está obrigado perante a UNESCO no processo de análise e aprovação do projecto da barragem.
O Presidente da Entidade do Turismo do Douro referiu que o "turismo é precisamente o aspecto mais visível do Património Mundial". O Douro ficou em sétimo lugar nos 133 destinos turísticos analisados pela National Geographic.
No âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) foram atribuídos 46,2 milhões de euros para investimento turístico privado, 60 por cento dos quais para a área do alojamento.
Neste momento, o Douro possui 2300 camas em estabelecimentos hoteleiros, não estando incluída a oferta em espaço rural. Anualmente este território contabiliza 215 dormidas, o que representa 0,6 por cento do país, e tem uma estada média de 1,7 noites, quando há 10 anos era de 1,4.
Pelo rio Douro, chegam a esta região milhares de turistas. Segundo a delegação do Douro do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), até ao final de Agosto cruzaram o Douro 109.685 turistas marítimo turísticos. Em 2010 foram 173.143.
No ano 2000, subiram o rio em embarcações turísticas cerca de 120 mil passageiros e 75.846 em 2001, uma redução justificada pela tragédia da queda de ponte de Entre-os-Rios.