Um terço dos países da OCDE aumentou a idade da reforma para os 67 anos ou mais
Um terço dos 34 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico aumentaram ou vão aumentar em breve a idade da reforma para os 67 ou mais anos.
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A conclusão foi divulgada, esta segunda-feira, no relatório da OCDE "Pensions Outlook 2012", que recomenda aos seus membros o aumento da idade da reforma e o incentivo a planos de pensões privados como forma de garantir a sustentabilidade do sistema público de pensões nos diferentes países.
Para a organização, tendo em conta que nos próximos 50 anos a esperança média de vida deverá aumentar mais de 7 anos nas economias mais desenvolvidas, "os governos deverão trabalhar no sentido de adequar a idade da reforma à esperança média de vida", seguindo os exemplos de países como a Dinamarca ou a Itália.
Em Portugal, a atual idade para a reforma é aos 65 anos.
Segundo a OCDE, a atual crise fez acelerar o ritmo das reformas dos sistemas de pensões nos diferentes países que integram a organização, mas "ainda há muito a fazer".
Os atuais e futuros trabalhadores poderão assim contar que vão trabalhar mais tempo antes de se reformarem e terão pensões públicas inferiores.
"Uma pessoa que começa agora a trabalhar pode esperar, em média, receber uma pensão pública equivalente a metade do seu salário de referência quando chegar à idade da reforma", refere.
Os autores do estudo inaugural consideram assim que a "solução ideal" seria tornar obrigatória a contribuição para fundos de pensões privados.
Para o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, citado numa nota da organização a propósito do relatório hoje divulgado, é necessária "uma acção ousada" por parte dos países, de forma a que sejam quebradas as barreiras que impedem atualmente os mais velhos de trabalhar além da tradicional idade da reforma.
Apenas desta forma, continua, se poderá assegurar que as próximas gerações beneficiarão de "uma pensão adequada" no final da sua carreira.