Vendas em parafarmácias representam 14% do mercado de fármacos sem receita médica
Em Portugal estão registados 886 locais de venda de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (parafarmácias), cujas vendas, cinco anos depois de a lei ter sido aprovada, representam 14% do total deste mercado.
Corpo do artigo
De acordo com dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), foram vendidas, entre Janeiro e Maio deste ano, 2 443 499 embalagens de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) nas 886 parafarmácias registadas, o que representa 14%, em volume, do total do mercado dos MNSRM.
No período em análise, as vendas atingiram um valor de 10 876 884 euros, o grupo farmacêutico dos Analgésicos e Antipiréticos foi o que registou maiores vendas - representando 24% do total das unidades vendidas -, e o Paracetamol foi a substância activa mais vendida em termos de unidades.
Os distritos que registaram o maior volume de vendas - Lisboa (3 120 034 euros), Porto (1 713 875 euros) e Setúbal (1 510 646) - são também aqueles onde há mais locais de venda registados: 163, 123 e 60, respectivamente.
Portalegre é o distrito com menos parafarmácias (quatro) e onde foi registado o volume de vendas mais baixo, 37 666 euros.
O diploma que possibilita a venda dos MNSRM fora das farmácias foi publicado em Diário da República a 16 de Agosto de 2005.
"Os medicamentos não sujeitos a receita médica podem ser comercializados fora das farmácias" em locais que tenham "registo prévio junto do IInfarmed, ficando sujeitos à respectiva fiscalização", indica o diploma.
No primeiro ano depois da entrada em vigor da lei, entre Outubro de 2005 e Dezembro de 2006, segundo dados do Infarmed, estavam registados em Portugal 365 locais de venda, onde foram comercializadas 843 624 embalagens, equivalentes a 3 714 813 euros.
Contactada pela Lusa, a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) considera que "as medidas introduzidas em 2005 contribuíram para o desenvolvimento do mercado de medicamentos de venda livre em Portugal permitindo aos cidadãos assumir maior responsabilidade pelos seus cuidados de saúde".
No entanto, segundo referiu fonte oficial, a Associação "entende que existe ainda margem para um crescimento, aproximando a quota de mercado da média europeia".
"Este desenvolvimento passa pela introdução de novas substâncias e situações abrangidas de acordo com o que são as indicações da Associação Europeia das Especialidades Farmacêuticas sem Prescrição Médica", referiu.