O FBI, a Europol e outras agências anticrime a nível global conseguiram desativar temporariamente um dos vírus informáticos mais agressivos de sempre e estão a aconselhar os utilizadores para, nas próximas duas semanas, protegerem os seus computadores, antes que os piratas informáticos consigam voltar a "atacar". O alegado líder da rede já foi identificado e acusado.
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As ciberpolícias de vários países do mundo anunciaram, esta segunda-feira, o sucesso da operação contra o "malware" conhecido como "Cryptolocke"r, que chega aos computadores através de anexos ou links em emails.
Se o utilizador abrir um link ou anexo infetado, o "Cryptolocker" é capaz de fazer "reféns" ficheiros pessoais, que só são desbloqueados após o pagamento de um "resgate" num valor que ronda os 500 euros.
O FBI estima que este vírus conseguiu perto de 20 milhões de euros em "resgates" só nos primeiros dois meses de atividade (surgiu em setembro de 2013) e terá infetado mais de 234 mil computadores, mais de metade dos quais nos Estados Unidos.
Alegado líder da rede, o russo Evgenii Mikhailovich Bogachev, de 30 anos, foi acusado por um júri de Pittsburgh (Pensilvânia, leste) de pirataria informática, fraude financeira e bancária e branqueamento de dinheiro.
O suspeito, identificado pelos apelidos "Slavik" ou "Pollingsoon", é também alvo de uma queixa apresentada em Nebraska (centro) por presumivelmente ter organizado uma fraude informática com o vírus "Cryptolocker".
Os investigadores norte-americanos trabalharam com polícias da Austrália, Alemanha, Canadá, França, Holanda, Itália, Japão, Luxemburgo, Nova Zelândia, Reino Unido e Ucrânia, assim como com o Centro Europeu do Cibercrime.
A Agência Nacional britânica contra o Crime (NCA, sigla em inglês) indica aos utilizadores que têm uma "janela" de duas semanas para protegerem os seus computadores, segundo o "The Guardian".
Depois da maior colaboração entre agências anticrime de vários países contra um vírus informático, o "Cryptolocker" está temporariamente desativado, mas, alerta a NCA, é uma corrida contra o tempo até que os piratas informáticos ("hackers") consigam retomar o controlo e voltar a "atacar".
Esta mega investigação centrou-se no método como este vírus se propaga, isto é, através de uma outra forma perigosa de "malware", chamado "Gamerover Zeus" (GOZeuS, surgiu em setembro de 2011).
"Camuflado" como um email inócuo e aparentemente credível, tem associado um ficheiro ou link que infeta os computadores e passa a monitorizá-lo, sem o utilizador perceber, tentando apanhar informação pessoal, como dados bancários, palavras-passe, etc. Ao mesmo tempo, "solta" também o "Cryptolocker" no computador.
Segundo os investigadores do FBI, o GOZeuS é responsável por mais de 73,5 milhões de euros de perdas, após ter infetado entre 500 mil e um milhão de computadores no mundo, um quarto dos quais nos Estados Unidos.
Nesta "janela" de duas semanas a Agência Nacional britânica contra o Crime aconselha os utilizadores a atualizar o software de segurança dos seus computadores, a fazer correr os programas de diagnóstico para detetar eventuais problemas e a ter cópias de segurança de ficheiros importantes.