Umas bizarras outras polémicas, há milhares de aplicações nas lojas online da Google e da Apple que são de pouca ou nenhuma utilidade. Muitas foram mesmo banidas, incuindo algumas que faziam concorrência direta aos gigantes desta indústria.
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Desde jogos ofensivos a softwares sem qualquer utilidade, as lojas online que comercializam as "apps" (aplicações para dispositivos móveis) já retiram muitas do mercado.
O caso mais recente ocorreu com a aplicação "Bang With Friends", que permitia aos utilizadores marcar encontros com os amigos do Facebook. Dez dias depois da sua estreia, o programa foi retirado da App Store, da Apple. No entanto, o "BWF" continua ainda disponível para Android e tem um site próprio.
A situação não é inédita, até porque muitas vezes as aplicações aprovadas são posteriormente banidas face ao uso que têm. O "Phone Story", que conta o lado negro da história dos "smartphones" e faz uma crítica direta aos métodos industriais do mercado dos dispositivos móveis, foi banido devido à narrativa violenta usada no jogo.
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Um jogo com destino semelhante foi o "Baby Shaker", que custava 1 dólar e tinha como objetivo "saber quanto tempo se aguenta o choro de um bebé sem o abanar". O conceito era abanar um recém-nascido exibido no ecrã até que a criança ficasse inconsciente. Após uma semana de protestos, o jogo deixou de ser comercializado.
Mas nem só de jogos se compõe esta lista. A aplicação "Exodus International" foi lançada para "curar" os utilizadores homossexuais e funcionava como uma terapia baseada na Bíblia. O serviço levou à criação de um abaixo-assinado com mais de 150 mil nomes e foi banido por "ofender um grande grupo de pessoas", segundo a Apple.
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O "iSnort" nem chegou a ser aprovado para integrar as lojas de aparelhos com sistemas iOS, Android, Blackberry ou Symbian. Através do ecrã sensível ao toque a aplicação simulava o consumo de cocaína.
Já no início de Abril, a Apple decidiu retirar da App Store a aplicação "AppGratis", graças a uma nova regra que proibia a existência de uma aplicação que encontrava outras aplicações em promoção. A semelhança da "AppGratis" com a App Store levou à rejeição.
O mesmo aconteceu com o programa "VLC Media Player" que fascinou os utilizadores do iPhone quando ficou disponóvel na loja online, contudo, graças a desacordo de licenças sobre a tecnologia que que permitia reproduzir qualquer tipo de ficheiro, a aplicação foi banida do iTunes.
Também as aplicações "iHottiez" e "Girls Around Me" foram retiradas. A primeira por apresentar em "stream" mulheres em danças ousadas e privadas no "smartphone" e a segunda por se servir do Facebook e do Foursquare para encontrar mulheres perto da localização do utilizador.
Já a "Secret SMS Replicator", vendida por 4,99 dólares, cerca de 3,8 euros, foi lançada no Android Market (atualmente Google Play Store), para ser retirada horas depois. A aplicação permitia ao utilizador ler as mensagens do namorado ou da namorada sem que este soubesse de nada. Bastava instalar a aplicação no telemóvel da vítima.
Por último, em janeiro de 2012, a aplicação "Siri for Android" foi removida do Google Play, por ser uma cópia do assistente virtual da Apple. Apesar do programa de reconhecimento de voz ter sido fraco, isso não impediu os utilizadores do sistema Android de fazer download da aplicação.
A lista de aplicações banidas é cada vez mais longa e os principais argumentos apontados pelas empresas responsáveis pelas lojas online estão relacionados com as questões de privacidade, bom senso e direitos e licenças. Ainda assim, graças aos sistemas API, que permitem aos utilizadores desenvolver as suas próprias aplicações, cada vez mais há a hipótese de criar programas para todos os efeitos.