Evitar HD e comprar em segunda mão: é possível reduzir emissões com a tecnologia
Um relatório recente da ONG britânica Royal Society aconselha a transmissão de vídeo em definição padrão, para ajudar a reduzir as emissões de carbono. E dá outras dicas de poupança.
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Transmitir um programa de televisão em definição padrão pode diminuir as emissões de carbono associadas, aponta um relatório da inglesa Royal Society, instituição destinada à promoção do conhecimento científico com sede em Londres. Na mesma lógica, de acordo com o documento, a transmissão de um vídeo HD num telemóvel gera cerca de oito vezes mais emissões do que a definição padrão (SD), sendo que, numa tela pequena, o utilizador pode nem notar a diferença.
Indicando que a tecnologia digital contribui para as emissões globais em 1,4% a 5,9% do total, os responsáveis do relatório, cujo autor principal é Andy Hopper, da Universidade de Cambridge, recomendam que as plataformas e os reguladores limitem a resolução de streaming e padrão para SD. E dão outra dica simples para economizar energia: quem fizer o streaming de música com o intuito de apenas ouvir música, pode desligar o vídeo que o acompanha.
Pequenas ações como essas, dizem os autores, podem economizar até 5% das emissões de um serviço de streaming - uma redução comparável ao que é alcançado executando os servidores do YouTube com energia renovável.
O relatório, citado pela BBC, também sugere que usar os mesmos dispositivos tecnológicos durante mais tempo antes de trocá-los por novos também é benéfico, uma vez que as emissões criadas no fabrico de um dispositivo novo são significativas. Um exemplo: se um utilizador trocar o telemóvel a cada dois anos, o fabrico dos dispositivos representa cerca de metade de todas as emissões que estes iriam gerar durante toda a sua vida útil; se o período de tempo for aumentado para quatro anos, essa emissão com o fabrico cai para metade, diz o relatório. Na mesma linha, comprar um dispositivo eletrónico em segunda mão ou partilhar equipamentos também reduz as emissões.
Mover ficheiros de computadores domésticos ou empresariais para a "cloud" também pode ajudar, porque essa rede global de servidores permite padrões mais eficientes do uso do servidor.
As empresas de tecnologia, aponta o relatório, devem participar no processo de transparência sobre o consumo de energia, fornecendo informações sobre o desempenhos dos seus produtos e serviços digitais.