O fundador do portal Megaupload, Kim Schmitz, também conhecido por Dotcom, recusa dar as palavras-passe dos computadores que lhe foram confiscados, informou, esta terça-feira, a imprensa neozelandesa.
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O informático, de 38 anos, que se encontra em liberdade condicional, compareceu hoje perante um tribunal da cidade de Auckland para pedir a revisão judicial da ordem utilizada para confiscar todos os seus equipamentos eletrónicos em janeiro, noticiou a Rádio Nova Zelândia.
O seu advogado, Paul Davison, argumentou, neste sentido, que na operação de janeiro foram confiscados 135 dispositivos eletrónicos, muitos dos quais irrelevantes para o caso e que apenas continham arquivos pessoais, como vídeos familiares.
Outros equipamentos pessoais de Dotcom contêm informação relevante para o caso, contudo, esta encontra-se codificada.
A procuradoria, que atua em representação dos Estados Unidos, procura acesso à informação, no entanto, segundo Davison, o seu cliente só facultará as palavras-passe em troca de certas condições neste processo judicial, que termina quarta-feira.
Dotcom espera que o acesso aos seus arquivos seja supervisionado pela Justiça, que lhe entreguem as cópias digitais dos seus arquivos, assim como a proteção legal da informação privilegiada e pessoal, refere o portal eletrónico de notícias "Stuff".
O informático alemão e os três executivos do portal encontram-se em liberdade condicional com vigilância eletrónica à espera do processo de extradição, que se iniciará em agosto e deverá demorar três semanas.
Os Estados Unidos e a Nova Zelândia têm um tratado de extradição, mas a justiça deste último tem o poder de recusar a entrega dos indivíduos em causa.
Os Estados Unidos querem julgar os sete executivos do Megaupload, entre eles os quatro detidos na Nova Zelândia, por vários delitos relacionados com alegada pirataria informática, crime organizado e branqueamento de capitais.
As autoridades norte-americanas acusam o Megaupload de ser responsável por uma grande rede de pirataria informática mundial que terá causado mais de 500 milhões de dólares (371,4 milhões de euros) em perdas ao violar os direitos de autor de empresas.