Futuro do 5G passa pela partilha de infraestruturas, diz presidente da Anacom
O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) afirmou esta terça-feira que o "futuro do setor das telecomunicações" passa pela partilha de infraestruturas, no âmbito da quinta geração móvel (5G).
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João Cadete de Matos falava na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito de uma audição regimental, a que se seguirá uma outra sobre a concorrência no setor das telecomunicações e consequências na implementação do 5G, a requerimento do Bloco de Esquerda (BE).
"O futuro do setor das telecomunicações passa por aí [partilha], é irracional do ponto de vista económico, é insustentável do ponto de vista financeiro" que tal não aconteça, acrescentou.
O presidente da Anacom referiu que nos três anos do seu mandato já assistiu a uma "mudança muito significativa" dos operadores de telecomunicações em Portugal.
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"Não imaginava que os operadores estivessem disponíveis para vender as suas torres ou disponíveis para vender a sua rede de fibra", disse, salientando que até ao momento não estão disponíveis para partilhar espectro.
"É uma evolução que é pressionada, mesmo sendo um setor que dá uma grande rendibilidade de investimento", disse, apontando que a distribuição de dividendos "mostra isso".
No entanto, há "cada vez mais custos de investimento" e isso "exige partilha de infraestruturas", rematou.
João Cadete de Matos salientou que a cobertura de rede "é, de facto, algo que tem de ser a prioridade das prioridades", para "não deixar ninguém de fora".
Para o presidente da entidade reguladora, "Portugal pode ter essa ambição" de ter o país coberto, defendendo que para que tal aconteça em zonas de baixa densidade será "necessário que esse investimento seja partilhado".
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