Elon Musk comprou o Twitter e despediu as principais chefias. A entrada do homem mais rico do planeta na rede social do passarinho azul coincidiu com o fim da linha para alguns executivos de topo, incluindo o diretor executivo, Parag Agrawal. Cortes que podem chegar a milhares de pessoas.
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Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX, é o novo patrão do Twitter. O empresário mudou o perfil naquela rede social, intitulando-se como "Chief Twit", sendo que em inglês "twit" significa "idiota", e mudou a localização para a sede daquela rede social em São Francisco.
O acordo de 44 mil milhões dólares (cerca de 43,6 mil milhões de euros) que permite a Musk adquirir o Twitter tinha como prazo de validade esta sexta-feira. A data havia sido definido pelo Tribunal de Delaware no início de outubro para dirimir o litígio entre o empresário e a administração daquela rede social, após o recuo do magnata, que quis cancelar a compra, em julho, depois de a anunciar, em abril.
Um dia antes do fim do prazo para a conclusão do negócio, Elon Musk "tranquilizou" os cerca de 7500 trabalhadores do Twitter, garantindo que não ia despedir 75% da força de trabalho, aproximadamente 5600 pessoas. Um valor considerado "inexato" pelo presidente e diretor-executivo da empresa de gestão de investimentos e património Gerber Kawasaki, Ross Gerber.
A estimativa de despedimentos é na ordem dos 50% dos trabalhadores, cerca de 3700, disse Gerber, que é acionista do Twitter e da Tesla, uma das empresas de Musk. "Há muita gente talentosa no Twitter, especialmente na engenharia e a ideia é reter o máximo de talento possível", disse o diretor-executivo da Gerber Kawasaki. "O foco dos cortes é na gestão e já começou com os gestores de topo", acrescentou.
A entrada no Twitter do homem mais rico do Mundo, com uma fortuna de mais de 220 mil milhões de euros, equivalente à riqueza produzida em Portugal durante um ano, coincidiu com a saída de quatro executivos de topo, incluindo o diretor-geral, Parag Agrawal. Segundo os media internacionais, a chegada de Musk significou o adeus ainda para o Diretor-Financeiro, Ned Segal, e para o chefe do departamento legal, Vijaya Gadde, reporta o jornal indiano "The Hindu Times". Segundo o norte-americano "The New York Times", o conselheiro geral, Sean Edgett, e a diretora das relações com os clientes, Sarah Personette, também foram despedidos.
De acordo com a Reuters, cortesia do novo patrão, Agrawal e Segal foram "escoltados" até à saída do edifício da sede do Twitter, em São Francisco, nos EUA, quando o negócio foi revelado.
Uma humilhação que pode ser aplacada pelas indemnizações milionárias, que no caso de Agrawal ronda os 42 milhões de euros. Nomeado para diretor-geral em novembro de 2021, o engenheiro de origem indiana, de 38 anos, foi o mais novo de sempre numa das 500 empresas cotadas na Bolsa de Nova Iorque, o S&P500.
Segundo a revista "Insider", Segal sai com cerca de 25 milhões de euros, enquanto o chefe do departamento legal, Vijaya Gadde, receberá sensivelmente metade. Personette deixa o Twitter com 11 milhões de euros de indemnização.