A NASA vai pagar 1 dólar (cerca de 82 cêntimos) a uma empresa norte-americana para recolher uma pequena amostra de pedras da Lua.
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A Lunar Outpost, do Colorado, é uma das quatro firmas contratadas pela agência espacial dos EUA por um total de 21 dólares (cerca de 17 euros), para obter rególito lunar, camada superficial e solta do solo lunar. A NASA usará o material no seu programa Artemis, que prevê enviar o próximo homem e uma mulher à Lua até 2024.
A Masten Space Systems, com sede na Califórnia, e a iSpace, com sede em Tóquio, juntamente com sua subsidiária europeia, são as outras empresas selecionadas a quem a NASA vai pagar pela recolha em 2023 de rególito lunar, entre 50 e 500 gramas de peso.
Segundo explica a NASA em comunicado, estas empresas vão apanhar uma pequena quantidade daquele material do solo de qualquer parte da Lua e vão fornecer-lhe imagens do rególito e da sua recolha, assim como informação relativa ao local da coleta.
"Após receber tais imagens e dados, ocorrerá uma transferência 'in-loco' da propriedade do rególito lunar para a NASA. Após a transferência de propriedade, o material coletado torna-se propriedade exclusiva da NASA para uso da agência no programa Artemis", salienta a nota.
A agência espacial explica que selecionou as empresas pelo método "preço baixo e tecnicamente aceitável". A Lunar Outpost foi a que propôs o valor mais baixo: 1 dólar pela recolha, após a chegada de uma sonda ao polo sul lunar em 2023.
A iSpace japonesa e europeia cobra 5 dólares (cerca de 4 euros) e a Masten Space Systems 15 dólares (cerca de 12 euros). O pagamento da NASA visa somente aquele material e não cobre quaisquer despesas.
O negócio da exploração de recursos da lua
A motivação destas empresas não está no dinheiro pago pela NASA pelo rególito lunar. Entre os muitos benefícios científicos da missão, espera-se que lhes seja permitida a extração de recursos da superfície lunar.
"O valor nominal até mesmo de um dólar é um precedente importante que a NASA está a abrir", diz a especialista espacial Sinead O'Sullivan, à BBC. "A inovação aqui não tem a ver com o valor financeiro, mas com a criação de negócios e leis para se criar um mercado de compradores e vendedores fora das restrições da Terra", explica.
O anúncio da NASA desta quinta-feira dá-se no momento em que a sonda chinesa Chang'e-5 está a voltar à Terra com amostras da Lua.