O tema das notícias falsas surge principalmente com conotações políticas. Mas por detrás das redes que usam as notícias falsas também estão motivos financeiros. Com o mercado da publicidade cada vez mais atento aos fenómenos digitais, os conteúdos especulativos e falsos podem valer muito dinheiro.
Corpo do artigo
9376241
"Tradicionalmente a publicidade online tem vindo a ser vendida numa ótica de "Custo por mil impressões", em que os anunciantes pagam por cada vez que o seu anúncio é visualizado pelo consumidor. Embora o pagamento seja por visualização, na realidade o que o anunciante pretende são cliques, pois são estes que trazem tráfego para o seu site", explica Daniel Sá.
Com o desenvolvimento de novas plataformas, o mercado procura também novos modos para atuar. "Há novos modelos que têm surgido, sempre suportados na capacidade de gerar resultados para o anunciante. Muitos sites começam então a alterar os seus modelos de "pricing", passando a oferecer alternativas baseadas em "Cost per Click", em que o anunciante só paga pelos utilizadores que clicarem no seu banner e forem encaminhados para o seu site", refere o especialista.
Questionado sobre o montante que sites como os que integram a rede de notícias falsas analisada pelo JN, Daniel Sá explica que os valores " são muito díspares dada a complexidade da publicidade online". Sobre o controlo deste tipo de conteúdos, acredita que a a "imposição de sanções" pode ajudar a controlar o fenómeno. "Google e Facebook, por exemplo, anunciaram recentemente a melhoria de processos técnicos e humanos de identificação de conteúdos falsos, incluindo parcerias com entidades de verificação de informações e a revisão do modelo de publicidade", diz. v