
Os primeiros registos de música parecida com o flamenco datam de meados do século XVIII
CRISTINA QUICLER/afp
Depois de ter falhado uma primeira tentativa em 2005, o flamenco é oficialmente, a partir de hoje, património cultural imaterial da Humanidade. Assim o reconheceu a UNESCO, orgão cultural da Organização das Nações Unidas em Nairobi, no Quénia.
Para valorar a aceitação desta petição foram considerados factores como a tradição oral, representar uma boa parte da sociedade em que se desenvolve e contar com um grande apoio social e institucional.
Esta candidatura foi levada a cabo pelo Ministério da Cultura espanhol e também pelas juntas da Andaluzia (berço da arte flamenca), Extremadura e Murcia. Mas, na candidatura foram também enviadas milhares de assinaturas recolhidas pela agência andaluza para o desenvolvimento do flamenco, reunidas nas comunidades de mais de 60 países que se dedicam ao estudo e são fãs da cultura flamenca em todo o Mundo.
Os primeiros registos de música parecida com o flamenco datam de meados do século XVIII , foram precisos séculos até que houvessem registos audiovisuais desta arte. A tradição e a transmissão oral geracional foram essenciais para que esta cultura sobrevivesse ao longo dos séculos.
A delegação espanhola conseguiu também o reconhecimento do canto da Sibila de Maiorca, tradição que se mantém desde a Idade Média e os "castells" da Catalunha, onde dezenas de pessoas fazem castelos humanos de vários metros de altura nas festas tradicionais.
Além destas três candidaturas individuais juntamente com a Espanha, Grécia, Italia e Marrocos, a dieta mediterrância foi também considerada património cultural imaterial, bem como a nouvelle cuisine francesa.
Foi a primeira vez que a gastronomia foi considerada nesta lista, criada em 1997, para a proteção e o reconhecimento de expressões culturais e tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras.
