O restaurante Largo do Paço é sem dúvida um nome sonante na cozinha nortenha e nacional. Com um ambiente discreto e requintado, reúne todos os ingredientes para uma refeição inesquecível.
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Por entre os inúmeros prémios com que já foi distinguido, em 2005 foi condecorado com a estrela Michelin, pelo trabalho do chef José Cordeiro. Apontado como um dos grandes centros de formação do país, por aqui já passaram vários chefs que construíram carreiras notáveis, caso de Ricardo Costa (atualmente à frente do The Yeatman). Em 2010 foi a vez de Vítor Matos assumir as rédeas do Largo do Paço e com ele alcançar o estrelato. «Foi o maior desafio que já tive», recorda. «Tive de formar uma equipa de cozinha com objetivos bem delineados, com grandes mudanças de filosofia e conceito. Após oito meses de trabalho e esforço contínuo, tivemos o mérito de manter a estrela.» Um trabalho que exigiu o empenho de toda a equipa: «Sou apenas um líder, nada seria possível sem o esforço e motivação de todos em prol desse objetivo.
Acima de tudo a equipa tem de partilhar do mesmo princípio, dos mesmos meios e dos mesmos fins, com base no respeito mútuo, partilha e confiança.» Para trás ficaram experiências
bem-sucedidas à frente das cozinhas de Grande Hotel da Curia, Grande Hotel das Caldas da Felgueira, Vidago Palace Hotel Golf & Spa e Tiara Park Atlantic Porto, entre muitas outras, que lhe permitiram chegar ao lugar onde hoje está. A título de curiosidade, a sua vontade de se superar levou-o a confecionar sozinho mais de cem pratos que apenas executa em privado. À mesa deste restaurante somos convidados a um despertar sensorial, em que tradição e modernidade se complementam.
«A minha cozinha tem influência mediterrânica, criativa e multissensorial com apontamentos internacionais da minha vivência.» Refere-se, por exemplo, à passagem por Neuchâtel, na Suíça, onde residiu com os pais. Aos 16 anos, para colmatar as saudades de casa e do aroma da comida da avó (que ainda hoje guarda na memória), decidiu tirar um curso de cozinha de três anos. Apesar das dificuldades derivadas de estar num país que não o seu, conseguiu terminar entre os três melhores alunos do curso, fruto da sua determinação férrea.
A aptidão por cozinhar, essa começou muito antes, quando chegava da escola e se entretinha a ver a mãe de volta dos tachos e das panelas. «Perseguia-a literalmen-te, apanhava todos os ingredientes que podia e misturava tudo. Era muito esforçado, mas raras vezes os resultados eram felizes. Já era uma espécie de cozinha experimental», graceja.
Agora, os desafios são cada vez mais exigentes e sem margem para erros: «Hoje posso dizer que foi uma aposta ganha. Tenho a liberdade de que preciso para criar e o apoio da direção. Sinto que confiam no meu trabalho, no meu valor e nas minhas escolhas».
HOTEL CASA DA CALÇADA
Largo do Paço, 6, Amarante
Tel.: 255410830, casadacalcada.pt
Todos os dias
Preço médio: 60/100 euros (menu),
60/90 euros (lista)