Bastou uma passagem da brasileira Dilma Rousseff pelo português Cafeína do Porto para que se impusesse rebatizar o mais clássico prato do restaurante: o bacalhau gratinado será agora 'bacalhau à Dilma'.
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Se tudo tivesse corrido como o previsto, nada disto teria acontecido. A mulher que em 2010 sucedeu a Lula da Silva na presidência do Brasil passaria pelo Porto sem colocar os pés na cidade, degustaria um prato de bacalhau português de que já ouvira falar, mas a bordo do avião, e o bacalhau gratinado 'ailoi' do chefe chileno Camilo Jaña continuaria a chamar-se bacalhau gratinado 'ailoi'.
Mas Dilma, que em 2011 foi eleita pela revista Time como a terceira mulher mais poderosa do Planeta, e pela revista Forbes como a 22.ª pessoa mais poderosa do Mundo, trocou, no passado domingo, as voltas aos seguranças e, durante a curta escala no Porto que haveria de levá-la depois à Alemanha, insistiu em provar o famigerado bacalhau, cada vez mais popular entre os brasileiros, mas fora do aeroporto, na cidade, sentada à mesa do restaurante. Era suposto ter sido no Terra, na Foz do Douro; acabou por ser no Cafeína, mesmo em frente. E é indiferente: o proprietário é o mesmo, Vasco Mourão, e o chefe também. O desejo da mulher estava assegurado, quer almoçasse do lado esquerdo ou do lado direito da Rua do Padrão.
Camilo, 33 anos, responsável pela fama do bacalhau do Cafeína, também aterrou ali um dia só para almoçar. Foi há sete anos, veio de férias. Nunca mais foi embora. No domingo, confessou ao JN, "estava mais preocupado com o bacalhau do que com a mulher". A política não lhe diz "nada" e o que ele queria mesmo era que a sua cozinha, que define como "emocional", estivesse à altura da fama que o tornou conhecido do lado de lá do Atlântico.
O "bacalhau à Dilma", que será relançado depois de amanhã - "data simbólica, dia da mulher", explica Vasco Mourão -, em simultâneo, nos dois restaurantes, demora "apenas 15 minutos" a confecionar. Parece rápido, mas não é necessariamente fácil, mesmo se o chefe abriu a porta da cozinha ao JN e prometeu não guardar o segredo. O prato custa 18,5 euros.