Atriz visitou a Islândia e contou com a ajuda dos elementos: muita neve, sol radiante e uma jornada memorável. Só faltaram mesmo as auroras boreais. “Hei-de voltar”.
Corpo do artigo
É com um indisfarçável encantamento que fala dos cinco dias que passou na terra do fogo e do gelo. Embora, na verdade, tenha sentido com maior intensidade o abraço agreste do gelo do que o rugido inclemente do fogo. A Islândia era um destino desejado na lista pessoal de experiências fora de portas, mas as expectativas “não eram muitas”, confessa a atriz Júlia Palha, que visitou aquele paraíso natural do norte da Europa nas férias do Carnaval. “Quando toda a gente estava no calor do Rio de Janeiro, eu resolvi ir para o frio”, confessa, entre risos.
Como a estadia não foi longa, apenas conseguiu percorrer os lugares incontornáveis e vivenciar as experiências “obrigatórias”. Todas menos uma. “Não consegui ver as auroras boreais. Aquilo é uma lotaria”, conta, sublinhando que foi adiando o momento para o último dia da jornada, esperando que o céu limpo funcionasse como bênção. “Foi muito azar. Mesmo com o céu limpo, não consegui ver”. Se faltasse uma razão para regressar à Islândia, ei-la, sob a forma de um fenómeno natural que é um dos mais vistosos postais turísticos daquela região vulcânica.
Nada a impediu, todavia, de dar um mergulho retemperador na Sky Lagoon e de cumprir o ritual dos sete passos. “Estava a nevar e fazia muito frio, mas a diferença térmica entre as águas termais e o exterior é incrível”, afirma a jovem atriz de 26 anos, rendida à forma como os islandeses são organizados e limpos. Alimentada por energia geotérmica, a Sky Lagoon é uma lagoa de águas termais, cuja temperatura ronda os 38/40 graus e que tem vista para o oceano. “A sensação depois do banho quente, passando para o exterior, onde fazem dois graus, é maravilhosa”, ilustra Júlia, rendida ao banho frio, à sauna e ao banho turco, tudo fechado com um “shot detox” no bar panorâmico onde, conta, se iam acotovelando alguns turistas coreanos.
O deslumbramento saltou depois para a paisagem, a expensas da Golden Circle Tour, uma excursão de seis horas (Júlia não fez o percurso mais longo) que lhe ofereceu “vistas inacreditáveis”. “Não costumo fazer este tipo de excursões, mas até fiquei arrependida de não ter feito o pack mais longo”, admite, contando como se embeiçou pela Gullfoss Waterfall, a mais instagramável das cascatas da Islândia. Subir as montanhas geladas foi outra das heranças que trouxe cravada na memória. “Os guias até brincaram comigo. Que levava roupa a mais… Na verdade, até tive calor, porque esteve sempre sol”, graceja, para concluir: “Na Islândia sente-se a Natureza a vibrar de uma forma muito intensa”.
Alguns amigos ainda a interpelaram, fazendo uso de uma troça saudável, quando mostrou imagens do famoso cachorro-quente islandês, qualificado como o melhor do Mundo: o Bæjarins Beztu Pylsur. “Disseram-me: mas é tão modesto… o que tem de especial?” Júlia explicou-lhes: tem tudo de especial. Vale bem a pena provar, por cerca de cinco euros. “Não são enormes, talvez seja melhor comer dois ou três se for esse o almoço”. Obrigatória, também, garante, é a sopa de lagostins com nhoque.
Cinco dias passaram num ápice, numa ilha onde o tempo se esboroa por entre os dedos e o horizonte parece não cessar. Júlia promete, por isso, apanhar de novo o avião. “Quero regressar no verão, para ver o verde das montanhas”. E, claro, perseguir as auroras boreais.