Os glaciares do oeste do Canadá, dos Estados Unidos e da Suíça perderam 12% do seu gelo entre 2001 e 2024.
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A conclusão é de um estudo publicado pela revista científica Geophysical Research Letters.
O trabalho baseia-se numa investigação divulgada na revista Nature em 2021, mostrando que o degelo duplicou entre 2010 e 2019 em comparação com a primeira década do século XXI.
“O degelo glaciar continuou a um ritmo alarmante”, refere um comunicado do Instituto Hakai, centro de investigação científica e ensino localizado na ilha Calvert, no Canadá.
"Nos últimos quatro anos, os glaciares perderam o dobro do gelo em comparação com a década anterior", afirma Brian Menounos, professor da Universidade do Norte da Colúmbia Britânica, no Canadá, cientista-chefe do Instituto Hakai e autor principal do artigo, citado no comunicado.
O estudo, que destaca a velocidade e gravidade do degelo glaciar, aponta como as suas principais causas o clima quente e seco e as impurezas do ambiente que escurecem as massas de gelo.
Na Suíça a principal causa do escurecimento esteve no pó do deserto do Saara que o vento empurra para norte, enquanto na América do Norte “foram as cinzas, ou carbono negro, dos incêndios florestais”.
“Em contraste com a neve branca refletora, um glaciar coberto de carbono negro absorverá mais radiação solar. Isto aquece os glaciares e acelera o derretimento”, refere o comunicado.
Só no Glaciar Haig, nas Montanhas Rochosas do Canadá, o escurecimento glaciar foi responsável por quase 40% do degelo entre 2022 e 2023.
O trabalho utiliza imagens aéreas e observações terrestres de três glaciares no oeste do Canadá, quatro no noroeste do Pacífico dos EUA e 20 na Suíça que estão a derreter rapidamente e são importantes para o turismo e a obtenção de água doce.