As ilhas dos Bijagós tornaram-se o primeiro local da Guiné-Bissau classificado como Património Mundial Natural da UNESCO.
Corpo do artigo
A decisão foi conhecida durante a 47ª reunião daquele organismo das Nações Unidas, que está a decorrer em Paris (França) até à próxima quarta-feira, dia 16.
“É um triunfo coletivo que honra todos os técnicos, investigadores e defensores do ambiente que ao longo dos anos se dedicaram à proteção, conservação da biodiversidade e ao combate às alterações climáticas na Guiné-Bissau”, congratulou-se Viriato Cassamá, ministro guineense do Ambiente.
O feito foi celebrado no país com fogo-de-artifício e celebrações populares nas ruas de várias cidades.
Arquipélago de 2,6 quilómetros quadrados formado por 88 ilhas e ilhéus, dos quais apenas 23 são habitados, os Bijagós são cenário de três parques naturais: Ilhas de Orango, Ilhas Urok e João Vieira e Polião.
Neles se concentram relevantes fontes de biodiversidade, além de santuários de desova de tartarugas, casa livre de hipopótamos e fonte de alimento de espécies de aves migratórias.
Com apenas 33 mil habitantes, as Bijagós tentavam ser Património Mundial há uma década.
Depois de várias tentativas rejeitadas, novo projeto foi submetido à avaliação da UNESCO em fevereiro passado.
Os três parques naturais abrangidos foram então apontados como “parte central da biodiversidade”, com zonas que permitem “uma grande produtividade com impactos além-fronteiras”.
Além das Bijagós, também foi elevado a Património Mundial Natural da UNESCO o Parque Nacional de Maputo, em Moçambique, pela sua extensão de “habitats diversos, longas praias, dunas, pântanos, extensas zonas húmidas e diversas ervas, que fornecem um habitat para uma gama de espécies marinhas”.
Gustavo Dgedge, secretário de Estado moçambicano da Terra e Ambiente, classificou a distinção “um momento histórico e de orgulho para o país”.
Outro dos novos locais classificados pela UNESCO foi o Parque Nacional das Cavernas do Perauçu, no estado brasileiro de Minas Gerais.