
O aeroporto de Changi, em Singapura
Jeffry S.S./Pexels
Singapura torna-se no primeiro país do Mundo a cobrar uma taxa ambiental a todos os passageiros aéreos para financiar combustíveis sustentáveis, muito mais onerosos.
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A Autoridade de Aviação Civil de Singapura (AACS) anunciou a aplicação de uma taxa de Combustível Sustentável de Aviação (CSA) a todos quantos apanhem um voo daquele território para fora, tornando-se o primeiro país do Mundo a impor um imposto verde a passageiros aéreos.
A ideia é ajudar a financiar os CSA, que, feito com óleos reciclados e resíduos agrícolas, são menos nocivos para o ambiente mas muito mais onerosos na produção.
Para a AACS, trata-se de ajudar a pôr em marcha o plano de descarbonização do transporte aéreo, que prevê reduzir até 2030 a pegada ecológica da operação aeroportuária em 20% dos valores de 2019 e atingir as emissões zero em 2050, objetivo fixado pela Organização Internacional da Aviação Civil.
A medida deverá entrar em vigor em abril do próximo ano, aplicando-se a todos voos comprados para depois de 1 de outubro. De fora ficam os passageiros em trânsito - recorde-se que Singapura é um dos grandes hubs regionais -, bem como os voos humanitários e de treino.
O valor a pagar será definido de acordo com a distância percorrida pelo passageiro. No caso de viagens com escala, apenas será calculada a distância do primeiro voo.
O Planeta foi dividido em quatro bandas geográficas. A Europa integra a zona três, juntamente com África, Ásia Central e Ocidental, Médio Oriente, Ilhas do Pacífico e Nova Zelândia, o que implicará uma taxa de 4.24€ para lugares em económica (incluindo ecnómica premium) e de 16.96€ para lugares em business e primeira classe.
As Américas, mais distantes, correspondem à zona quatro (6.89€ e 27.57€), enquanto a zona dois é a que inclui nordeste e sul da Ásia, Austrália e Papua Nova Guiné (€2.52€ e 7.42€). A zona um é naturalmente a mais próxima de Singapura - o Sudeste Asiático - com valores de 66 cêntimos e 2.65 euros.
No fundo, valores bem menos agressivos do que os de uma mala de porão na maioria das companhias aéreas. E bem distantes dos cerca de 500 euros propostos pelas delegações nacionais de França, Espanha e Quénia na cimeira mundial do clima a decorrer em Belém, no Brasil, para passageiros em primeira classe e jatos privados, cujas viagens geram mais emissões do que as dos passageiros em económica.
