A pressão turística e a falta de políticas sustentáveis e de preservação levaram a New7Wonders a ameaçar retirar o estatuto de Sétima Maravilha do Mundo à histórica cidadela inca de Machu Picchu, no Peru.
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O aviso ficou bem expresso num comunicado assinado por Jean-Paul de la Fuente, diretor da New7Wonders, entidade que atribui o título.
O responsável sublinhou que a designação atribuída a Machu Picchu "implica o compromisso partilhado com a conservação e a gestão responsável" do local, o que, aparentemente, não tem acontecido.
"Nos últimos anos foram verificados desafios agudos que requerem atenção prioritária", escreveu Jean-Paul de la Fuente. Entre eles, contam-se a "alta pressão do turismo sem gestão de sustentabilidade, o aumento de preços, serviços e bens, o risco de afetação do património histórico ou práticas irregulares relacionadas com a venda de bilhetes".
Também foram mencionadas "dificuldades de transporte terrestre, assim como limitações de políticas de gestão e conservação".
A outro nível acrescem, segundo a instituição, "conflitos sociais, descoordenação entre instituições e empresas turísticas, e queixas reiteradas por parte dos visitantes".
A New7Wonders lembra que todos os fatores que mencionou "podem continuar a afetar a imagem e comprometer a credibilidade do Peru", colocando em risco o seu papel enquanto uma das maravilhas mundiais.
Também Património Mundial da Humanidade, Machu Picchu recebe em média, segundo dados do Governo peruano, 4500 visitas por dia, o que significa 1,6 milhões de pessoas por ano.
Apesar dos avisos sérios, a pressão turística continua forte. Esta semana, cerca de 1500 visitantes e a polícia entraram em confrontos nas imediações das ruínas históricas, na sequência de um protesto contra a suspensão do comboio que dá acesso à cidadela. A situação levou a que 900 pessoas tivessem ficado retidas.
Além de Machu Picchu, as restantes maravilhas do Mundo assim classificadas pela New7Wonders são o Taj Mahal (Índia), Chichén Itzá (México), o Cristo Redentor (Brasil), o Coliseu de Roma (Itália), Petra (Jordânia) e a Grande Muralha da China.
Pode conhecê-las melhor aqui.