Um novo levantamento da ONG cabo-verdiana Biosfera identificou mais de 700 tubarões e raias de dez espécies diferentes nas ilhas de Santa Luzia e São Vicente.
Corpo do artigo
“Esses números revelam que estamos perante áreas de berçário e de agregação de múltiplas espécies dentro da área protegida”, revelou Steven Pires, da Biosfera, citado pela agência Lusa.
Os dados agora divulgados foram recolhidos entre 2019 e 2024.
“Identificar várias espécies num único sítio é um grande indicador de um ecossistema a funcionar de forma perfeita”, acrescentou o responsável.
O trabalho da Biosfera vai juntar Santa Luzia e São Vicente ao mapa que outras organizações não-governamentais já começaram a realizar em Cabo Verde e que ajuda a cimentar o país como hotspot de biodiversidade marinha a nível global.
A viola de barba negra, uma espécie de raia em vias de extinção, foi outra das espécies mais vezes marcada pelos membros da Biosfera.
Um dos próximos passos, juntamente com as autoridades, “será definir um plano de gestão, um documento que reúna um leque de informações para preservação da biodiversidade”, revelou Steven Pires.
O trabalho da Biosfera começou em 2019 e requer mais anos de atividade até se começarem a perceber tendências de crescimento ou recuo, um tipo de análise que está em desenvolvimento com uma universidade canadiana, entre outros parceiros.
Mais de 90% do território cabo-verdiano é composto por mar e diversos parceiros do país, como o Banco Mundial, têm chamado a atenção para o seu potencial.