O Japão, a Coreia do Sul e o Reino Unido registaram este verão médias de temperatura nunca antes verificadas.
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Tal cenário, segundo especialistas, revela sintomas de uma rutura climática global particularmente rápida nos continentes europeu e asiático.
Segundo dados oficiais, entre junho e agosto a temperatura média no Japão foi superior em 2,36 graus centígrados ao valor médio do mesmo período em anos anteriores, o que tornou o verão nipónico o mais quente de sempre.
"Foi o terceiro ano consecutivo com temperatura recorde", revelou a Agência Meteorológica Japonesa.
O calor levou à hospitalização de 84.521 pessoas entre 1 de maio e 24 de agosto, conforme números da Agência de Gestão dos Incêndios e das Catástrofes.
O fenómeno levou a que, por exemplo, as emblemáticas cerejeiras japonesas florescessem mais cedo ou que nem sequer tenham florescido totalmente.
Já a Coreia do Sul teve médias de 25,7 graus, que superaram os 25,6º de 2024. "Foram os registos mais elevados desde o início da recolha de dados, em 1973", apontou a Administração Meteorológica sul-coreana.
Um dos casos mais graves ocorreu na cidade de Gangneung, onde os 200 mil habitantes se viram confrontados com um longo período de seca que levou à redução drástica do consumo de água em pleno pico do calor.
Na Europa, o Reino Unido também conheceu o seu verão mais tórrido da História desde que os valores são analisados pela agência meteorológica Met Office (1884).
A temperatura média entre 1 de junho e 31 de agosto foi de 16,10 graus centígrados, o que representa 1,51º acima da média de longo prazo, com quatro vagas de calor e falta de água.
Situações preocupantes foram verificadas na Escócia, com o caudal de vários rios a atingirem estados críticos de escassez, e também na região de Manchester, onde um reservatório de água secou tanto ao ponto de dar a conhecer uma cidade submersa desde a década de 1930.
Os cinco verões mais quentes de sempre no Reino Unido ocorreram todos depois de 2000, assinalou a Met Office.
Uma sondagem da associação Citizens Advice sublinhou que os imóveis do país não estão preparados para suportar tão altas temperaturas.
O estudo apontou que um terço dos habitantes tiveram "dificuldade em manter as suas casas frescas durante este verão". E que cerca de 47% admitiram problemas em adormecer.