A companhia aérea de baixo custo Play Airlines, sediada na Islândia, anunciou sem aviso prévio o fim da sua atividade.
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"A Fly Play terminou todas as operações e todos os voos foram cancelados", explicou a empresa num curto comunicado nas suas plataformas oficiais. A situação ocorre depois de uma sucessão de perdas de receitas, que só no segundo trimestre deste ano atingiram o equivalente a 13 milhões de euros.
O anúncio levou a que voos calendarizados já nem sequer tenham sido realizados, nomeadamente em Reiquiavique, capital da Islândia, onde centenas de passageiros ficaram sem solução de viagem. Entre eles, contavam-se vários portugueses.
"Soubemos de tudo pelas notícias, ninguém da Play nos prestou informações", contou à Volta ao Mundo Francisco Ferreira, ainda retido em Reiquiavique. "As autoridades de transportes da Islândia apenas sugeriram que contactasse o meu banco para assegurar o reembolso do bilhete e que comprasse por mim o voo de regresso a Portugal", acrescentou.
Também quem já tinha reservas garantidas acabou prejudicado e sem perspetiva de alternativa. "Ao todo, o desaparecimento da Play terá afetado 18 mil pessoas, contando com todos os que tinham reservas planeadas e pagas", descreveu Eyjólfur Ármannsson, ministro islandês das Infraestruturas, citado por órgãos de comunicação do país.
Fundada em 2019, a Play tinha atividade em Portugal nos aeroportos de Faro, Funchal e do Porto. Sem nada indicar sobre o risco de falência, anunciou a semana passada uma "campanha especial" a decorrer entre os dias 26 de setembro e 3 de outubro que previa descontos de 30% para viagens para a Islândia até ao mês de março de 2026.
O objetivo seria aproveitar "a melhor época do ano" para assistir ao vivo ao fenómeno das auroras boreais, "espetáculo único que atrai viajantes de todo o Mundo", segundo referiu a low cost em comunicado oficial.
O adeus da Play Airlines levou ainda a que 400 trabalhadores tenham ficado sem emprego de um momento para o outro. Os cálculos são da RUV, a televisão pública da Islândia.
"As pessoas estavam muito felizes na Play, ir trabalhar era divertido. É uma situação muito triste", referiu à mesma RUV Una Valgerður Gísladóttir, agora ex-piloto da companhia, que soube do seu despedimento quando acabava de aterrar em Dublin, na Irlanda, naquele que foi, sem que nada o previsse, o seu último voo.