
Peça com mais de 4500 anos está a ser cuidadosamente montada no Grande Museu Egípcio, no Cairo
Foto: Ahmed Hasan/AFP
O Grande Museu Egípcio, no Cairo, começou a receber as primeiras tábuas do histórico segundo barco do faraó Quéops, cuja exibição integral está prevista para daqui a quatro anos.
"Trata-se de um dos projetos de restauro mais importantes do século XXI para o museu e para a Humanidade", classificou Sherif Fathy, ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, citado pela agência espanhola EFE.
Com mais de 4500 anos, a peça foi transportada da área de restauro montada no GME para as 1700 outras do barco até ao salão de exposições do barco solar, dedicado ao primeiro barco de Quéops, já montado, e ao segundo.
Já no salão, os trabalhadores do projeto de restauro do barco, iniciado em 2021 pelo Egito e pela Agência de Cooperação Internacional do Japão, utilizaram uma grua para içar cuidadosamente a peça e colocá-la sobre a estrutura.
Sherif Fathy referiu que, antes de iniciar a transferência, a equipa do projeto já tinha iniciado uma fase de restauro dos componentes do barco, que ainda está a ser finalizada.
Os trabalhos incluíram uma digitalização tridimensional de cada parte do barco, o que permitiu o desenho da estrutura sobre a qual serão montados.
O segundo barco solar de Quéops foi descoberto em 1985, enterrado no complexo funerário de Gizé, tal como o primeiro, descoberto em 1954, mas a sua escavação só começou em 2012.
Ambos os barcos desempenhavam a função ritual de guiar o segundo faraó da IV dinastia do Egito para a vida após a morte e, por esse motivo, foram sepultados junto à Grande Pirâmide de Gizé, também conhecida como Pirâmide de Quéops, que alberga os restos mortais deste faraó, que governou o Egito entre 2609 e 2584 A.C.
