O ministro das Finanças explicou hoje a "Crise explicada às crianças" mas recusou sair do âmbito do livro infantil e explicar se tem uma visão divergente do primeiro-ministro quanto ao desemprego como "oportunidade".
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Na sessão de apresentação do livro "A crise explicada às crianças", escrito por João Miguel Tavares e ilustrado por Nuno Saraiva, Vítor Gaspar fez a sinopse da história, que tem uma versão "de esquerda" e outra "de direita" sobre quem tem a culpa da crise, o "urso gordo" do défice ou as "abelhas" dos mercados.
O ministro gabou a imaginação da história e depois usou a sua própria imaginação para evitar entrar em política pura e dura.
"Cada um de nós pode ter várias versões e construir a sua própria história", afirmou, quando questionado sobre que papel seria o do ministro das Finanças na história que acabara de apresentar.
Vítor Gaspar acrescentou que "a imaginação não tem qualquer limite" mas rapidamente se esquivou a responder a mais perguntas, por mais imaginativas.
"Não quero fazer mais comentários", afirmou e reiterou, quando questionado sobre a melhor maneira de explicar o desemprego às crianças ou sobre a opinião do primeiro-ministro sobre o desemprego, que Passos Coelho afirmou que tem que deixar de ser "para muita gente, como é ainda hoje em Portugal, um sinal negativo".
O autor do texto, João Miguel Tavares (assumidamente de direita), afirmou esperar que quando os seus filhos cresçam este livro esteja remetido para uma "estante poeirenta" e a memória desta crise seja tão remota quanto lhe parece a intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal em 1983.
Nuno Saraiva, o ilustrador, que se diz de esquerda, fez votos para que as crianças "não tenham medo dos mercados nem vejam o défice como um monstro".